quarta-feira, 6 de julho de 2011

JORNALISTA POR OPÇÃO E NÃO POR FORMAÇÃO




O texto abaixo foi extraído do portal Comunique-se e levanta a tola polêmica sobre a necessidade de formação superior para a profissão de jornalista.
Escrevo tola porque o argumento de que é necessário ter diploma não cabe quando se trata do direito à liberdade de expressão e pensamento.

É um verdadeiro absurdo reconhecer o profissional do jornalismo e da comunicação social só depois de ele ter passado por uma universidade (isso sem entrar no mérito da discutível qualidade do ensino e na questão da desigualdade de acesso à mesma). Talvez, seja importante um rápido curso profissionalizante para aqueles que pretendem atuar na área. E só!

Aliás, isso ocorre com inúmeras outras profissões que foram abraçadas pela lógica do lucro sob a alegação de que é necessário obter o "canudo" para ser reconhecidamente um profissional.

Fato lamentável mas, absolutamente, esperado a partir do momento em que a educação se tornou mais um mero nicho de mercado.

Confira a matéria:



“Não importa qual sua formação, você pode ser um jornalista”, diz anúncio de jornal

Silvana Chaves

O jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, decidiu contratar jornalistas sem graduação específica na área. Veja o anúncio abaixo, publicado ontem 04/07, no periódico do interior paulista:


Há menos de dois anos, mais precisamente em  28/07/2009, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pelo fim da obrigatoriedade da graduação, esse mesmo veículo divulgou o seguinte editorial, ressaltando a importância do diploma para o exercício da profissão de jornalista:


O editor-chefe do Diário da Região, Fabrício Carareto, respondeu ao Comunique-se em nome do jornal: "Não há mudança alguma no 'padrão de contratação' do Diário da Região. A contratação de free lancers está restrita a um projeto específico que será desenvolvido na Redação, com data de início e término, e incluirá crônicas, histórias de vida e, dependendo da formação do free lancer, matérias jornalísticas. Também não haverá nenhuma demissão - ao contrário, abrimos vaga para contratar um repórter.", finaliza.

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3 comentários:

  1. respeito quem é formado em jornalismo, mas ser jornalista é mais que uma formação acadêmica, é um dom e ter sensibilidade, não é dar uma notícia, e sentir a notícia, e ter emoção para transmitir e se importar com aquilo que acontece...e isso não se aprende em nenhuma faculdade.. se aprende na vida...

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  2. Rodrigo,
    Muito boas as suas colocações.
    Agora, essa posição do jornal está bem estranha, não?
    Estará ligada à questão salarial?

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  3. Olá, Rodrigo! Também sou absolutamente contra a obrigatoriedade do diploma para jornalista. Acredito no jornalismo como vocação. Pode ser uma prisma idealista, admito. Mas o que vejo nos bancos das universidades é uma legião de compradores de diploma cujo único compromisso é com sua própria carreira e o interesse público é irrelevante. As faculdades formam os profissionais que o mercado demanda: moldados para redigir textos engessados, característicos da lógica industrialista do capital, sem exercício crítico e considerações éticas. É óbvio que existem exceções. Sou estudante da área (embora atualmente afastada) e conheço alguns poucos profissionais conscientes.
    Sou a favor de uma regulamentação, somente para que o direito de resposta, por exemplo, volte a ser garantido.
    Exigir diploma é apenas a pseudo garantia de emprego para aqueles que enxergam a profissão como fonte de $obrevivência. Além disso, a obrigatoriedade do diploma é uma premissa elitista, e diria, até reacionária, pois subentende que o direito à expressão deve se limitar àqueles que passaram por um filtro social chamado vestibular. Já diz a Constituição: a liberdade de expressão é para todos!

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