terça-feira, 26 de maio de 2015

"UMA PACIENTE INFARTOU. FECHARAM A CTI CARDÍACA PARA COLOCAR A FAMÍLIA GLOBAL"



“Eu aplaudo a rapidez e só quero que esse tratamento seja dado para todos os pacientes, mas o critério que foi usado para eles, posso garantir, não é o mesmo usado para quem precisa e alguém tem que defender o pobre nesse País” disse o coordenador.


O atendimento VIP dado à família dos apresentadores Angélica e Luciano Huck por equipe médica da Santa Casa de Campo Grande/MS revoltou o coordenador do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Eduardo Cury. 

De acordo com Cury, o mesmo atendimento não é prestado aos pacientes de Campo Grande e, tanto é verdade, que atualmente cinco pessoas estão em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando leitos na Santa Casa.

“A única coisa que peço é que o tratamento dado à família do Huck seja dado a todos os pacientes. Quando levamos pacientes para o hospital, não podemos descer o paciente. Um enfermeiro deve fazer a classificação de risco e avaliar se desce ou não com o paciente. O que me revoltou muito é que temos cinco pacientes esperando leitos”, explicou Eduardo Cury.

PACIENTE INFARTOU 

O coordenador do Samu contou o caso da paciente Celina, 53 anos, que sofreu infarto e, desde sábado (23), aguardava por um leito. “Procuramos leitos pelas unidades e a Santa Casa nos informou que não tinha aparelho respiratório, mas fecharam o CTI de transplante cardíaco para colocar a família global porque estava sendo assediada”, criticou.

Eduardo Cury disse ainda que o Samu conseguiu levar a paciente Celina para o Hospital Universitário ontem à tarde, no mesmo horário que estava sendo atendida a família global na Santa Casa e, uma hora depois, ela faleceu. “Não posso afirmar que se ela tivesse ido com mais antecedência seria salva, mas também não posso raciocinar assim. Tenho que oferecer os melhores serviços no menor tempo possível.”, destacou.

“Se não tem pacientes de alta complexidade, eu levaria nas ambulâncias do Samu, com maior prazer, para os hospitais particulares de Campo Grande”, contou o médico, afirmando que, em condições normais, os pacientes devem ser regulados pelo Samu e essa fila não pode ser furada. 

EXAMES ULTRA RÁPIDOS

O coordenador do Samu ressaltou que Luciano e Angélica fizeram tomografia computadorizada e outros exames, que tiveram os resultados disponíveis em duas horas. “Quando levo paciente acidentado para lá, algumas famílias me ligam porque não têm o resultado dos exames.

“Eu aplaudo a rapidez e só quero que esse tratamento seja dado para todos os pacientes, mas o critério que foi usado para eles, posso garantir, não é o mesmo usado para quem precisa e alguém tem que defender o pobre nesse País”, criticou.

Eduardo Cury reclamou, ainda, que quando equipe do Samu chega com paciente na Santa Casa, o hospital demora até duas horas para liberar os socorristas, sob a alegação de que faltam funcionários no local.

“Mas para o Luciano Huck não faltou nada”, observou o coordenador, frisando que denunciará o caso ao Conselho Municipal de Saúde.


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sábado, 9 de maio de 2015

A MÃE MERCADO

 
Mais um dia de consumismo. O Deus Mercado indica que hoje é "Dia das Mães". 
Trata-se apenas de mais uma forma de manipulação e alienação para que a maior parte da população (também por influência do PIG. Nunca é demais lembrar!) saia por lojas e shoppings na desenfreada busca por um presente para aquela pessoa que nos deu a vida. 
Afinal, é inadmissível deixar passar um dia tão "importante" como esse sem a possibilidade de praticar o fetiche da compra imposta e aceita pelas mentes humanas como algo saudável, que traz felicidade. Ledo engano! É apenas a necessidade de que a roda do voraz mercado nunca pare.
Os braços do sistema utilizam datas como essa com patético apelo emocional fazendo uma ligação entre afeto e amor com perspectivas materiais. São milhões que vivem no senso comum sem consciência crítica sendo cooptados pela podre lógica capitalista. O amor do filho é medido pelo valor do presente dado.
Essas pessoas não percebem que como pano de fundo há a intenção de tornar apenas esse dia como aquele em que devemos lembrar da mãe. Ao focar uma data, o lucro nas compras de presentes é maior do que deixar que todos acreditem que o ano inteiro a mãe deve ser lembrada e celebrada. Mas aí, o lucro se dilui.
Hoje é o dia de apenas uma mãe. A mãe mercado!