domingo, 28 de outubro de 2012

MÚSICA DO DIA

Homenagem a mais uma derrota do status quo, do PIG e de inúmeras simulações criadas por eles para influenciar o eleitorado.

Aos conservadores e seus podres poderes, o choro é livre!

Vou festejar!



Vou Festejar  
(Beth Carvalho)

Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
Mas chora!
Chora!
Não vou ligar
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão
Mas chora!
Chora!
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
Mas chora!
Chora!
Não vou ligar
Chegou a hora
Vais me pagar
Pode chorar
Pode chorar
É, o teu castigo
Brigou comigo
Sem ter porquê
Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão
Laraiá Laraiá
Lá Laiá Laiá
Laiá Laiá
Laiá Laiá
Eu vou festejar
Vou festejar
O teu sofrer
O teu penar
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão
Você pagou com traição
A quem sempre
Lhe deu a mão

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AO VIVO: #48HDEMOCRACIA DEBATE O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES


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FRASE DO DIA

Faça Amor não faça Serra

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

ZONA TOTAL

AÇÃO CIVIL PÚBLICA CONTRA REDE GLOBO PEDE RETIRADA DO AR DE QUADROS QUE INCITAM PRECONCEITO NO PROGRAMA "ZORRA TOTAL' 
  
Dos Advogados para a Democracia
 
Urge promover a regulamentação da atuação de rádios e canais de televisão, que são concessões públicas e devem promover a cultura, educação e diversidade. A manutenção da decisão de primeira instância no caso em tela é um passe livre para agredir e humilhar. Não podemos esquecer que os veículos de comunicação devem ser responsabilizados por danos pessoais, preconceito, violação dos direitos humanos, ofensa, etc.

Mas quando o assunto é regulamentação da comunicação social a grande mídia faz questão de confundir liberdade de expressão com censura.


Do MPF

Ação pede retirada do ar de quadros do “Zorra Total” que incitem preconceito a gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros

O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Regional da República da 1ª Região (PRR1), recorreu contra decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) que autorizou o programa “Zorra Total”, da TV Globo, a continuar exibindo conteúdo supostamente discriminatório envolvendo gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros. Em julgamento no mês passado, a 6ª Turma do Tribunal rejeitou um primeiro recurso ajuizado pela Procuradoria da República no DF, sob a alegação de que o programa não discrimina minorias, já que “tem a finalidade de apresentar entretenimento aos telespectadores mediante representação cômica da realidade”.

A ação civil pública foi ajuizada pelo MPF/DF contra a TV Globo e a União com intuito de obrigar a emissora a deixar de exibir novos conteúdos humorísticos com alusões discriminatórias à comunidade gay e a transmitir por 60 dias, no mesmo horário do “Zorra Total” programas de conscientização com estrutura, profissionais e recursos oferecidos pela emissora. Além disso, pede que a Secretaria de Serviços de Comunicação Eletrônica do Ministério das Comunicações passe a monitorar os demais programas exibidos pela TV Globo.

Em primeira instância, o pedido foi negado, o que fez a Procuradoria da República no DF recorrer ao TRF1, em Brasília. Sem dar oportunidade à Procuradoria Regional da República da 1ª Região de emitir parecer sobre o processo, o TRF1 julgou o caso e confirmou a sentença da primeira instância, o que, segundo o MPF, é motivo suficiente para anular o julgamento. “Há vício insanável no acórdão embargado, pois proferido em flagrante violação ao que prevê expressamente o regimento interno do TRF da 1ª Região”, explica a procuradora regional da República Adriana Zawada Melo.

No recurso encaminhado ao tribunal, a procuradora também alega que a decisão da 6ª Turma deixou de se pronunciar sobre diversos pontos levantados pela ação civil pública do MPF. Segundo a ação, a veiculação do conteúdo discriminatório do “Zorra Total” afronta a Constituição Federal, que garante a igualdade perante a lei, sem distinção de qualquer natureza e sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. No julgamento, entretanto, os desembargadores não teriam se pronunciado sobre essa questão, o que levou o MPF a recorrer mais uma vez.

Esse recurso será analisado pelo TRF1 e, caso seja aceito, o órgão poderá anular a decisão anterior e encaminhar o processo à Procuradoria Regional da República da 1ª Região para que seja oferecido o parecer pelo MPF. Se o Tribunal não anular a última decisão, a 6ª Turma irá decidir se houve, no último julgamento, omissão quanto aos aspectos constitucionais levantados na ação civil pública.

Processo nº: 2006.34.00.014242-4/DF
 
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domingo, 21 de outubro de 2012

O DEBATE SOBRE A COMUNICAÇÃO SOCIAL CONTINUA NA OAB/SP

 
Na noite da última sexta-feira (19\10), houve mais uma aula do curso "PUBLICIDADE ON LINE E COMUNICAÇÃO SOCIAL SOB A ÓTICA CONSTITUCIONAL" com a apresentação da companheira Rachel Moreno (Psicóloga, ativista, fundadora e integrante do Observatório da Mulher e da Articulação Mulher e Mídia) sobre o tema Comunicação, Consumo e Dignidade Humana
Foi possível a todos os presentes diversas reflexões sobre a relação da comunicação social com o consumismo infantil, coisificação da mulher e dignidade. 
Temas absolutamente importantes para a compreensão da sociedade em que, tentamos, viver.
Na próxima sexta-feira o curso segue com a presença de Sérgio Amadeu que tratara do tema  Perspectivas do Comitê Gestor da Internet no Brasil.
E assim segue o curso para cidadãos críticos e que resistem ao status quo. 

Link do Curso

PIG TREMEI! 

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

ÉTICA E EDUCAÇÃO




Desde os primórdios o ser humano se depara com uma reflexão acerca do significado da palavra ética. Até que ponto a respeitamos e a deixamos de respeitar? Parece-me oportuna essa questão no âmbito educacional, principalmente, no momento histórico em que vivemos.

A ética se propõe a respeitar limites do que se estabelece como bom ou mau sob o prisma da condição humana que se reconhece abraçada a princípios universais e morais. Ela norteia a conduta do homem na sociedade. Mas tal percepção se mostra em constante conflito no tocante a uma das mais importantes áreas da vida humana; a educação que se vê voltada a um sistema que trata consciência como mercadoria. O que prevalece e dá sentido às relações políticas, econômicas e sociais são os conceitos de competitividade, qualidade total, eficiência e eficácia. Tudo englobado em um paradigma que forma pessoas para a conquista do sucesso.

Esse sistema tem como foco o mercado e, literalmente, vende a idéia de que o lucro será a salvação para todos. Ocorre que não há como unir seres humanos e suas necessidades mais básicas com a competitividade que finge lembrar de temas fundamentais para a existência de uma sociedade saudável.  

A educação se apresenta dominada pela ética capitalista e vejo esse fato sinônimo de caos. A educação deve seguir à risca a busca da prática da liberdade de pensamento sem imposições. Imposições essas que o mercado entende como válidas. A liberdade de pensamento deve ser estimulada através de reflexão e conhecimento e não através de produtos e lucro. 

Verifica-se aqui a dualidade citada na obra de Paulo Freire entre a pedagogia dos dominantes, onde a educação existe como prática da dominação (ética capitalista), e a pedagogia do oprimido que tenta se libertar dela (ética educacional).

Nesse cenário a ética educacional dá lugar à mera condução conveniente ao sistema do que se propõe a ensinar e a aprender. Uma posição de interesse mercadológico e não mais no interesse da qualidade do ensino.

Essa percepção é assustadora porque não apenas a escola passa a perder qualidade em seu corpo docente, mas também no seu corpo discente que, por sua vez, passa a dar maior importância a assuntos que o sistema dominante lhe impõe fazendo com que o caminho para a libertação do pensamento via filosofia, sociologia e história se tornem assuntos enfadonhos porque tais temas não são vendidos todos os dias como inúmeros produtos que prometem o “céu na terra”. A ética capitalista é a da competitividade e se constrói na corrida para atender a necessidades do mercado. A ética da educação é a da não competitividade e se constrói lentamente para atender as necessidades humanas.

A escola deve utilizar a pedagogia para conseguir transmitir ao aluno o, efetivo, exercício da cidadania defendendo os direitos humanos, as diferenças de cor, credo e religião, liberdade, igualdade de oportunidade e a dignidade humana, mas o que se verifica é que nenhum desses fatores é transmitido uma vez que a educação sucumbiu a uma fria relação de custo-benefício. 

A experiência educativa não pode ser simplesmente treinamento técnico. É necessário ter o caráter formador. Ensinar exige aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação, exige o reconhecimento e a assunção da identidade cultural, exige consciência de que nada está acabado e sim que tudo recomeça, exige respeito à autonomia, exige humildade; ou seja, tudo o que a práxis do mercado não reconhece.

A ética na educação deve enxergar o ser humano enquanto ser inconcluso, ou seja, sempre em busca do aperfeiçoamento da verdadeira condição humana e não a que se refere o capitalismo que busca nessa palavra apenas mais um caminho para o crescimento do lucro aprisionando a pessoa no mundo do TER retirando-a do mundo do SER.

As pessoas passam a ter importância apenas para a produção do sistema hegemônico evitando que tenhamos a noção de que a possibilidade de se fazer mudança reside em cada um de nós. A nossa relação com o mundo deve se dar por nós mesmos e não por terceiros. 

É necessário encararmos a luta contra a ideologia fatalista vigente que afirma cinicamente que a sociedade que aí está é a única possível se negando a fomentar o sonho e a utopia; diferindo o trabalho (expressão da alma) do emprego (exploração da força de trabalho) e impondo a vontade imobilizadora. Para tanto é necessário nos reconhecermos como sujeitos éticos.

Cabe ao educador estimular no educando a percepção da liberdade e do poder de mudança que ele possui. Trata-se de uma árdua batalha uma vez que tal tentativa seguirá na contramão do que a sociedade do consumo registra na maior parte das mentes humanas, mas, sem dúvida, é uma batalha que nos dá a oportunidade de ensinar e aprender com o dia a dia da educação. 

Lutemos pela reflexão e libertação honrando e respeitando a enriquecedora relação entre educadores e educandos.

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MC DONALD´S: QUANDO O PRIMEIRO EMPREGO SE TORNA ARMADILHA PARA JOVENS

 
Rede de restaurantes usa da pouca maturidade e fragilidade da juventude para usurpar direitos trabalhistas básicos.

Do Brasil de Fato

Atraídos pela chance do primeiro emprego, milhares de jovens brasileiros procuram a rede de restaurantes fast food McDonald´s para trabalhar. Eles buscam a oportunidade de iniciar a vida profissional e conquistar independência financeira. No entanto, pela pouca maturidade e falta de experiência, esses jovens se veem submetidos a condições irregulares de trabalho e têm usurpados seus direitos básicos.

“O McDonald´s tem essa imagem do primeiro emprego, [na contratação] eles passam uma coisa totalmente diferente do que é”, afirma Tatiana, que ingressou na rede de fast food com 16 anos e lá viveu uma das piores experiências de sua vida, que lhe traz consequências até hoje.

Aos 18 anos, Tatiana escorregou no refrigerante que havia escorrido de uma lixeira quebrada, caiu e sofreu uma séria lesão no joelho. Com fortes dores, a jovem foi levada para o gerente da loja. “Ele falou: ‘passa um Gelol e põe uma faixinha que sara’”, relata. Era final de ano, o restaurante estava lotado e Tatiana foi orientada a continuar trabalhando até o final do expediente. Após dois dias, sem conseguir andar, Tatiana procurou o médico, que diagnosticou o rompimento da rótula de seu joelho direito e indicou a necessidade de uma cirurgia. Segundo ela, ao procurar o McDonald´s para informar as consequências da queda, nada foi feito pela empresa que, inclusive, se negou a emitir um Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). “Eu fui ao INSS e perguntei como podia fazer esse CAT. Me deram o papel e mandaram eu ir até o McDonald´s”, conta a jovem, que afirma ter sido orientada pelo gerente a não informar a data correta do acidente para que não resultasse em multa para a loja. Ela ainda denuncia que a gerência sabia do defeito na lixeira, mas não a consertou para evitar gastos, resultando em seu acidente.

De lá para cá, a trabalhadora viveu sob intenso tratamento médico e teve que procurar reabilitação profissional por meios próprios, já que não podia exercer as mesmas funções e o McDonald´s se recusou a adaptá-la em outra área da empresa. Ela se formou em Direito e realizou estágio em um escritório de advocacia. Com isso, após 11 anos do acidente, Tatiana conseguiu a carta que a declara ser pessoa portadora de deficiência física e dá o reconhecimento de sua reabilitação pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

Hoje, aos 34 anos, Tatiana anda com o auxílio de uma muleta. Já passou por três cirurgias e necessita, ainda, realizar mais uma. No entanto, em março deste ano, ao tentar passar por uma consulta médica para agendar o procedimento, a trabalhadora foi informada do cancelamento de seu plano de saúde. O motivo foi a conclusão em janeiro da rescisão indireta do McDonald´s, solicitada pela trabalhadora em 2009. “O McDonald´s deveria ter comunicado ela [sobre o cancelamento da assistência médica], porque a lei diz isso, mas não comunicou, simplesmente cancelou”, protesta Patrícia Fratelli, advogada da trabalhadora. De acordo com a Lei nº 9.656 de 1998, regulamentada pela Resolução Normativa nº 279 da Agência Nacional de Saúde (ANS), no caso de rescisão do vínculo empregatício é assegurado ao trabalhador “o direito de manter sua condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral”. “Eu tinha condição de pagar o meu convênio, o McDonald´s tinha que ter me dado essa opção, porque agora perdi a carência e nenhum convênio vai me aceitar”, desabafa Tatiana, que há quase 16 anos enfrenta uma batalha judicial contra o McDonald´s para ter seu dano reparado.

Armadilha
O caso de Tatiana não é isolado. Tramitam na Justiça do Trabalho na cidade de São Paulo e região metropolitana 1.790 ações contra o McDonald´s e a Arcos Dourados Comércio de Alimentos Ltda., franqueadora master da multinacional no Brasil e na América Latina. Somente na capital paulista são 1.133 demandas judiciais ativas por conta das irregularidades trabalhistas e o tratamento inadequado dado pela empresa aos seus funcionários, conforme levantamento feito junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região. Entre as falhas cometidas pelo McDonald´s estão o pagamento de remunerações abaixo do salário mínimo, utilização de jornada de trabalho ilegal, falta de comunicação dos acidentes de trabalho, fornecimento de alimentação inadequada, não concessão de intervalo intrajornada, ausência de condições mínimas de conforto para os trabalhadores, prolongamento da jornada de trabalho além do permitido por lei, assédio moral e sexual. Além disso, existem denúncias de jovens que trabalharam sem serem remunerados (leia matéria, clique aqui).

No Brasil, o McDonald´s emprega hoje 48 mil funcionários, de acordo com informações publicadas em seu site. Destes, 67% têm menos de 21 anos e 89% tiveram na rede de fast food a primeira oportunidade de emprego formal. Questionado pela reportagem sobre os processos movidos contra ele, o McDonald´s disse que “não comenta processos sub judice”.

Para Rodrigo Rodrigues, advogado do Sindicato dos Empregados em Hospedagem e Gastronomia de São Paulo e Região (Sinthoresp), a oferta do primeiro emprego a esses jovens é pensada pelo McDonald´s a fim criar nesses trabalhadores o sentimento de submissão incondicional, em que o contratado acata tudo o que lhe é imposto, pela gratidão da oportunidade de trabalho. “A pessoa fica com receio de se indispor contra o tratamento que é dado na empresa. Isso é sutilmente pensado para que se chegue a essas finalidades”, alega.

A mesma avaliação é feita pelo procurador Rafael Dias Marques, coordenador nacional da Coordenadoria de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância) do Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo ele, a necessidade do primeiro emprego e a vontade de começar a vida profissional são vistas por alguns empregadores como uma possibilidade de fraudar direitos que são garantidos a esses trabalhadores por lei. “Muitas empresas preferem contratar os mais jovens para evitar problemas trabalhistas, para torná-los uma massa de manobra mais fácil para executar [o trabalho] sem direitos trabalhistas, sem qualquer questionamento ou um questionamento mais brando”, afirma.

O procurador explica, ainda, que a pouca maturidade torna a contratação desses jovens vantajosa para essas empresas. “São pessoas que, por ainda serem jovens, não tem o senso crítico do questionamento e de resistir a determinadas situações de lesões de direitos”, analisa.

Garantia de direitos
O advogado do Sinthoresp lembra que o jovem tem que ser visto como um ser em transformação, que necessita de cuidados que lhe assegurem uma boa formação para a vida. “O trabalho é uma condição necessária, mas deve ser implementado aos poucos, não pode ser do jeito que está, coloca o jovem lá e vamos ver o que vai dar”, pondera Rodrigues. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) permite a contratação de adolescentes a partir de 14 anos, na condição de aprendiz, e de 16 anos para o trabalho normal. No entanto, o estatuto estabelece que a eles deve ser observado “o respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento”.

Desta forma, Marques ressalta que a atividade profissional não pode ser prejudicial ao desenvolvimento físico e social destes adolescentes e jovens, seguindo o que estabelece o Decreto nº 6.481/2008. “Eles são pessoas peculiares em desenvolvimento, em fase de formação, por isso que o trabalho nessa fase da vida tem que ser diferenciado”, analisa.

O procurador alerta que, se não observados os cuidados com esses jovens, o trabalho pode lhes causar danos irreversíveis para a vida adulta. “O risco de lesão à saúde por uma situação do trabalho é muito mais evidente nessa parte da população, porque ainda que está em formação biológica”, observa. Segundo ele, “uma doença do trabalho nessa fase da vida é mais suscetível a ter continuidade, inclusive de levar ao quadro da invalidez”.

Foi o que aconteceu com Tatiana. Com o acidente ocasionado por uma negligência da empresa, teve sua vida completamente mudada. “ Tive que parar a minha vida. Fiquei um tempo sem estudar. Queria fazer enfermagem e o médico falou que eu nunca poderia ser enfermeira, porque não podia ficar em pé”, conta.
Rede de restaurantes fast food usa da pouca maturidade e fragilidade da juventude para usurpar direitos trabalhistas básico.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A FESTA DA HIPOCRISIA. E TEM MAIS...

 

O PIG celebrou na última quarta-feira (e continua celebrando), a sua vitória no julgamento do processo chamado de "mensalão" realizado, primeiro por ele e posteriormente, pelo STF. 

O ex-ministro José Dirceu, inimigo público da imprensa golpista, foi condenado como articulador de um suposto esquema de pagamentos a líderes de partidos aliados.

O assustador é que não há como comprovar que o "mensalão" não passou de mais uma simulação realizada pelos criminosos meios de comunicação que existem no país.

A maioria dos que compõem a maior corte da justiça brasileira simplesmente inverteu o ônus da prova seguindo a lógica do quarto poder colocando acusados, a princípio, como culpados. Ouviram o clamor do oligopólio midiático e condenaram segundo suposições, cidadãos brasileiros que para a Constituição Federal são inocentes até que se prove o contrário. Estamos diante de um julgamento político-miditático de exceção!

O PIG comemora a decisão como se ela representasse o surgimento de um país maduro que nega a corrupção e vende como heróis os integrantes do Supremo pelo cumprimento de suas funções institucionais. A mentira se tornou espetáculo!

A mentira que, inclusive, permeia historicamente a nação brasileira bem como os integrantes do ilegal oligopólio midiático. Trata-se de um pequeno grupo de empresas de comunicação que realizam o ato de "informar" a sociedade segundo os seus interesses polítcos e econômicos e com isso influenciam não apenas a opinião pública mas as instituições, inclusive, o STF que deveria se colocar como defensor da justiça analisando fatos e condenando ou absolvendo embasado em comprovações.

Outro fato explícito da relação promíscua entre meios de comunicação e o status quo, é a "coincidência" de datas entre as eleições municipais e a decisão tomada por aqueles que deveriam agir como magistrados.

Mais uma vez se verifica que a democracia burguesa segue forte em terras brasileiras. Nela tudo e todos são colhidos pelo triturador do poder econômico.

Na última quarta-feira assisti ao pronunciamento do Senador Suplicy sobre o fato. Eduardo fez questão de ler a carta de Miruna Genoíno sobre o seu pai, José Genoíno (também condenado). Um dos nomes mais importantes da história da nossa República se emociona, chora e o seu choro é o de todos os brasileiros que lutam por um país livre, sério, que respeite a dignidade do ser humano e descobrem que o Brasil está afundado na covarde lógica capitalista travestida de liberdade democrática.

Assista abaixo ao pronunciamento:



 Honestidade e dignidade não se negocia! Esse é Suplicy.
Imagem registrada em São José dos Campos no mês de março de 2012 na luta pelo povo de Pinheirinho. Orgulho e respeito sempre!

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FRASE DO DIA

"Esta noite milhões de crianças dormirão na rua, mas nenhuma delas é cubana."
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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

CONTRAPONTO À SIP


Vamos organizar o nosso contrapronto à SIP.
Oficina para organizar o nosso ato político-festivo contra os golpistas midiáticos da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP).  

Quinta-feira, dia 11, às 10 horas, na sede do Barão de Itararé (Rua Rego Freitas, 454 - 1º andar - conj. 13, República).

Do Barão de Itararé

São Paulo recebe entre 12 e 16 de outubro a Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP). A SIP tem sido, nos últimos anos, a principal porta voz dos donos da mídia no continente, mas suas ações não se limitam à defesa de interesses empresariais. Não por acaso, os momentos em que ela esteve mais em evidência tiveram relação com a busca de desestabilizar governos progressistas da região.

A SIP coloca-se contra qualquer tentativa de regulação democrática, e usa a bandeira da liberdade de imprensa para defender a liberdade das empresas, numa visão que exclui a liberdade de expressão de setores inteiros da sociedade. A Argentina, por exemplo, que aprovou uma legislação considerada avançada por organizações insuspeitas como a Unesco e a OEA, sofre a oposição da SIP para poder colocar a lei em prática. O mesmo acontece com qualquer tentativa de democratização da comunicação em outros países.
É verdade que a liberdade de expressão tem hoje barreiras sérias para se estabelecer no continente, mas a maior parte delas não é abordada pela SIP. Ao contrário, a entidade faz de tudo para preservar o quadro de concentração, e não tem nenhuma ação em defesa do pluralismo e da diversidade na comunicação. A única agenda comum com o conjunto dos movimentos pela democratização da comunicação é o combate a ameaças físicas e a decisões judiciais que calam blogueiros, comunicadores e jornalistas.

Depois de 11 anos, a Assembleia Geral da SIP volta a São Paulo, e não há dúvida de que eles querem transformar o evento em um palco político para suas ideias. Para a abertura, são esperados o Prefeito da cidade, o Governador do estado e a Presidenta da República. Pensando na necessidade de um contraponto, a campanha Para expressar a liberdade, a partir da iniciativa do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação e da Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação, em parceria com veículos como a pósTV/FdE, a Carta Maior, Revista Fórum, Brasil de Fato e Caros Amigos, vai promover duas atividades:

O ato está programado para 15/10

10h30 – Ato público pela ampla e verdadeira liberdade de expressão - Al. Santos X Rua Haddock Lobo

15h às 21h – Contraconferência online: Liberdade de expressão na América Latina: de que lado está a SIP? Com a participação de ativistas e especialistas do Brasil e da América Latina.

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

ATOS EM CUBA HOMENAGEIAM CHE GUEVARA, MORTO HÁ 45 ANOS NA BOLÍVIA

 
Do Opera Mundi

Santa Clara – Milhares de cubanos participaram de atos de homenagem ao guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, hoje (8), quando se cumprem 45 anos de sua morte na Bolívia. O principal ato foi realizado durante a manhã, em Santa Clara, município que se auto-denomina "a cidade do Che".

Com a presença de familiares de mortos durante confrontos e de ex-combatentes revolucionários na praça Ernesto Che Guevara, em frente a uma grande estátua do guerrilheiro e ao mausoléu onde se encontram seus restos mortais, trazidos a Cuba em 1997, o ato contou com a participação de autoridades locais, representantes estudantis e de trabalhadores de fábricas cubanas inauguradas pelo guerrilheiro argentino.

Os presentes entoaram canções famosas entre os cubanos, como "Hasta siempre comandante" e "Sonlossueñostodavía", dedicadas ao homenageado, e presenciaram apresentações artísticas e oferendas florais.

Durante todo o dia, militares farão guardas em homenagem aos "caídos em combate", em diferentes mausoléus que abrigam restos mortais de guerrilheiros.

No fim da tarde, estudantes realizaram a marcha "Pela rota do Che", que parte da universidade de Santa Clara até o centro da cidade, realizada anualmente em memória do revolucionário morto no dia 8 de outubro de 1967.

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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

CHÁVEZ SOBREVIVE À MÍDIA E É REELEITO COM 54% DOS VOTOS



Do Vi o Mundo

Hugo Chávez sobreviveu aos bancos, ao “otimismo mórbido” e à mídia (nunca tantos torceram tanto para alguém morrer de câncer).

O presidente venezuelano foi reeleito com 54% dos votos, contra 44% para o oposicionista Capriles Radonski.

A participação foi de 80,94% (o voto não é obrigatório no país).
Chávez derrotou, entre outros, os diagnósticos de Merval Pereira, de O Globo (reproduzidos no blog do Nassif):

“Quadro grave”, de 16 de fevereiro de 2012:
Os últimos exames, analisados por médicos brasileiros, indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação.
Como a eleição presidencial se realiza dentro de 8 meses, a 7 de outubro, dificilmente o presidente venezuelano estaria em condições de fazer uma campanha eleitoral que exigirá muito esforço físico, pois a oposição já tem em Henrique Capriles um candidato de união.

“Os verdadeiros mentirosos”, artigo de 22 de fevereiro de 2012:
A notícia de que o estado de saúde de Chavez havia piorado foi negada pelo governo de maneira peremptória, e o Ministro da (des) Informação, Andrés Izarra, disse que ela fazia parte de uma “guerra suja da escória”.

O líder governista no Congresso, Diosdado Cabello, chegou a afirmar que Chávez estava saudável, dizendo também pelo twitter que “Bocaranda está doente na alma”.

Da mesma maneira, depois que na quinta-feira publiquei no meu blog (Blog do Merval.com.br) que o quadro de saúde de Chavez havia piorado, com informações de médicos brasileiros que haviam analisado exames do presidente da Venezuela indicando a possibilidade de metástase em direção ao fígado, Maximilien Arvelaiz, pomposamente intitulado “embaixador da República Bolivariana da Venezuela no Brasil”, enviou carta ao GLOBO afirmando que “o tratamento contra um câncer, pelo qual o presidente Hugo Chávez foi submetido em 2011, foi exitoso, estando o presidente gozando de boa saúde”.

“A saúde de Chavez”, de 23 de fevereiro de 2012
Tenho cometido um erro dizendo em diversos comentários e notas que o câncer de Chávez pode estar localizado no “colo do reto”. Na verdade, trata-se de um câncer “colorretal” que abrange tumores em todo o cólon, reto, e apêndice.

“O novo câncer de Chávez”, de 4 de março de 2012
O jornalista venezuelano Nelson Bocaranda e o médico venezuelano residente na Flórida, José Rafael Marquina, que vêm informando com antecedência sobre o estado de saúde do presidente Hugo Chavez, usaram o twitter para comentar as últimas notícias sobre o novo câncer de Chavez. Bocaranda confirma que o exame dos materiais retirados para a biópsia foi feito no Brasil e nos Estados Unidos, e Marquina diz que embora não se refiram a metastáse, anunciar uma “radioterapia profilática” é uma maneira indireta de confirmar.

“Chavez no Brasil?”, de 5 de abril de 2012
O Presidente venezuelano Hugo Chavez pode anunciar a qualquer momento uma viagem ao Brasil para se internar no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo. Ele teve um choque com o tratamento de radioterapia a que está se submetendo em Cuba, e há especulações de que sofreu problemas intestinais que poderiam ser originários da metástase. (…) Pessoas próximas a Chavez temem que seja muito tarde para um novo tratamento aqui no Brasil, que poderia ter começado há muito tempo com a oferta feita pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma. Chavez se negou a aceitar normas de transparência de informações do Hospital Sírio-Libanês e fez exigências consideradas inaceitáveis, como fechar andares do hospital e revistar todas os visitantes enquanto estivesse internado.

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PIG: QUEM NÃO TE CONHECE QUE TE COMPRE

 


O segundo turno na capital paulista está definido e a disputa ocorrerá entre os candidatos Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB) como já previam os tracking's (pesquisas internas da campanha petista) há dias e o PIG insistia na sua lógica de manipular a opinião pública.

Como sempre ocorre, os velhos meios de comunicação e suas "pesquisas" apontam resultados de acordo com os interesses do candidato (amigo) por eles escolhido e dessa vez não foi diferente.

Sem qualquer compromisso com os fatos e consequentemente com a democracia brasileira, o instituto Datafolha (ou seria DataSerra ou Datafalha?) e o Ibope, sempre apontaram, estranhamente, o candidato Haddad (inimigo para o PIG)  na terceira colocação e fora do segundo turno. Enquanto o último afirmou no dia da eleição empate entre três candidatos (colocando a possibilidade de Russomano ir ao segundo turno, o que nem de longe os números reais mostravam que poderia ocorrer), o da famiglia Frias foi além, dando 28% dos votos para Serra, 27% para Russomanno e 21% para Haddad. E assim que as urnas foram abertas os verdadeiros números surgiram. Dois absurdos cabíveis de investigação. Por não se tratar de uma primeira vez, é impossível não reconhecer má-fé por parte desses institutos de pesquisas que tem consciência de que os números que apresentam interferem na decisão do eleitorado.

Agora, o paulistano tem apenas duas opções para escolher o próximo prefeito mas não pode se deixar enganar pela mídia mafiosa existente em nosso país.

Fim ao PIG! Regulamentação já!

sábado, 6 de outubro de 2012

MÚSICA DO ANO


Candidato Caô Caô

O Rappa

Candidato caô caô
Caô, caô a justiça chegou ...
Ele subiu o morro sem gravata
dizendo que gostava da raça, foi lá
na tendinha, bebeu cachaça e até
bagulho fumou
Foi no meu barracão, e lá
usou lata de goiabada como prato
eu logo percebi é mais um candidato
As próximas eleições
As próximas eleições
As próximas eleições
Fez questão de beber água da chuva
foi lá na macumba e pediu ajuda
bateu a cabeça no gongá
"deu azar"...
A entidade que estava incorporada disse:
- Esse político é safado cuidado na hora de votar !
também disse ...
- Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer
hoje ele pede seu voto, amanhã manda a polícia lhe bater ...
- Meu irmão se liga no que eu vou lhe dizer
hoje ele pede seu voto, amanhã manda a polícia lhe prender ...
hoje ele pede seu voto, amanhã manda a policia lhe bater ...
eu falei prá você, "viu"?
Falado por Bezerra da Silva:
Esse político é safadão hein !!!
Nesse país que se divide
em quem tem e quem não tem,
sempre o sacrifício cai no braço operário
Eu olho para um lado, eu olho para o outro
vejo desemprego e vejo quem manda no jogo
E você vem, vem, pede mais de mim
diz que tudo mudou e agora vai ter fim,
mas eu sei quem você é e ainda confio em mim
Esse jogo é muito sujo mas eu não desisto assim ...
Você me deve ... Ah ah ah ah !!!
Malandro é malandro e mané é mané !!!
Você me deve ....
Você me deve seu banana prata !!!
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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

ABRIL FECHA CONTRATO DE R$ 493 MIL COM A PREFEITURA DE SP

 

Do Blog do Nassif

Anos atrás, o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, foi Páginas Amarelas da revista Veja. Na mesma semana que saiu a entrevsita, uma blogueira de Brasilia levantou no Diário Oficial do GDF o pagamento de R$ 500 mil, em assinaturas da revista Veja,

Na semana passada, o prefeito de São Paulo Gilberto Kassab foi personagem de uma matéria de capa da Vejinha, altamente favorável.

No DO de 20 de setembro passado, há a informação de que a Prefeitura adquiriu assinaturas da revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita, por R$ 493 mil.

Aparentemente, há um preço de tabela.


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A ESPETACULARIZAÇÃO E A IDEOLOGIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO

 

A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz de outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Ouvem-se no plenário ecos vindos da Casa Grande, que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa.

É com muita tristeza que escrevo este artigo no final da tarde desta quarta-feira, após acompanhar as falas dos ministros do Superemo Tribunal Federal. Para não me aborrecer com e-mails rancorosos vou logo dizendo que não estou defendendo a corrupção de políticos do PT e da base aliada, objeto da Ação Penal 470 sob julgamento no STF. Se malfeitos foram comprovados, eles merecem as penas cominadas pelo Código Penal. O rigor da lei se aplica a todos.

Outra coisa, entretanto, é a espetacularização do julgamento transmitido pela TV. Ai é ineludível a feira das vaidades e o vezo ideológico que perpassa a maioria dos discursos.

Desde A Ideologia Alemã, de Marx/Engels (1846), até o Conhecimento e Interesse, de J. Habermas (1968 e 1973), sabemos que por detrás de todo conhecimento e de toda prática humana age uma ideologia latente. Resumidamente, podemos dizer que a ideologia é o discurso do interesse. E todo conhecimento, mesmo o que pretende ser o mais objetivo possível, vem impregnado de interesses.

Pois, assim é a condição humana. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. E todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Isso é inescapável. Cabe analisar política e eticamente o tipo de interesse, a quem beneficia e a que grupos serve e que projeto de Brasil tem em mente. Como entra o povo nisso tudo? Ele continua invisível e até desprezível?

A ideologia pertence ao mundo do escondido e do implícito. Mas há vários métodos que foram desenvolvidos, coisa que exercitei anos a fio com meus alunos de epistemologia em Petrópolis, para desmascarar a ideologia. O mais simples e direto é observar a adjetivação ou a qualificação que se aplica aos conceitos básicos do discurso, especialmente, das condenações.

Em alguns discursos, como os do ministro Celso de Mello, o ideológico é gritante, até no tom da voz utilizada. Cito apenas algumas qualificações ouvidas no plenário: o mensalão seria “um projeto ideológico-partidário de inspiração patrimonialista”, um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada” e um “bando criminoso”. Tem-se a impressão de que as lideranças do PT e até ministros não faziam outra coisa que arquitetar roubos e aliciamento de deputados, em vez de se ocuparem com os problemas de um país tão complexo como o Brasil.

Qual o interesse, escondido por detrás de doutas argumentações jurídicas? Como já foi apontado por analistas renomados do calibre de Wanderley Guilherme dos Santos, revela-se aí certo preconceito contra políticos vindos do campo popular. Mais ainda: visa-se a aniquilar toda a possível credibilidade do PT, como partido que vem de fora da tradição elitista de nossa política; procura-se indiretamente atingir seu líder carismático maior, Lula, sobrevivente da grande tribulação do povo brasileiro e o primeiro presidente operário, com uma inteligência assombrosa e habilidade política inegável.

A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz de outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Seu destino e condenação é a Planície. No Planalto poderia penetrar como faxineiro e limpador dos banheiros. Mas nunca como presidente.

Ouvem-se no plenário ecos vindos da Casa Grande, que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa. Dificilmente, se tolera que através do PT os lascados e invisíveis começaram a discutir política e a sonhar com a reinvenção de um Brasil diferente. Tolera-se um pobre ignorante e mantido politicamente na ignorância. Tem-se verdadeiro pavor de um pobre que pensa e que fala. Pois, Lula e outros líderes populares ou convertidos à causa popular como João Pedro Stedile, começaram a falar e a implementar políticas sociais que permitiram uma Argentina inteira ser inserida na sociedade dos cidadãos.

Essa causa não pode estar sob juízo. Ela representa o sonho maior dos que foram sempre destituídos. A Justiça precisa tomar a sério esse anseio a preço de se desmoralizar, consagrando um status quo que nos faz passar internacionalmente vergonha. Justiça é sempre a justa medida, o equilíbrio entre o mais e o menos, a virtude que perpassa todas as virtudes (“a luminossísima estrela matutina” de Aristóteles). Estimo que o STF não conseguiu manter a justa medida. Ele deve honrar essa justiça-mor que encerra todas as virtudes da polis, da sociedade organizada. Então, sim, se fará justiça neste país.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

"NA VERDADE O POVO NÃO TEM PODER ALGUM"





Para o jurista Fábio Konder Comparato, imprensa alternativa pode contribuir para forjar uma mentalidade democrática entre a população, acostumada com séculos de submissão .

Do Brasil de Fato

Reconhecido pela defesa das causas de movimentos sociais, como o MST, e crítico ferrenho da última ditadura civil- militar (1964-1984), o jurista Fábio Konder Comparato acredita que o Brasil ainda está longe de ser um Estado verdadeiramente democrático. De acordo com ele, os brasileiros ainda têm a mentalidade e os costumes marcados por séculos de escravidão e precisam se desvencilhar da submissão e passividade. Para tanto, segundo o jurista, é preciso ampliar a educação cívica e política e aproveitar ao máximo a imprensa alternativa para denunciar essa opressão. Confira a entrevista exclusiva concedida ao jornal Brasil de Fato.     

Brasil de Fato – Professor, no próximo ano a Constituição Federal completa 25 anos. Na sua avaliação o Brasil conseguiu alcançar um patamar de país democrático, que respeita os direitos sociais e as liberdades individuais, ou ainda há muita diferença entre o que está estabelecido na lei e o que está posto na prática?
Fábio Konder Comparato – Exatamente aquilo que acaba de dizer por último. Essa diferença entre o que está na lei e o que existe na prática não é de hoje, é de sempre. E o que caracteriza a vida política brasileira é a duplicidade, com a existência de dois ordenamentos jurídicos: a organização oficial e a organização real. E também no sentido figurado há duplicidade, ou seja, o verdadeiro poder é dissimulado, é oculto. Nós encontramos na Constituição a declaração fundamental no artigo 1º, parágrafo único de que todo poder emana do povo que o exerce diretamente por intermédio de representantes eleitos. Mas na verdade, o povo não tem poder algum. Ele faz parte de um conjunto teatral, não faz parte propriamente do elenco, mas está em torno do elenco. Toda a nossa vida política é decidida nos bastidores e para vencer isso não basta mudar as instituições políticas, é preciso mudar a mentalidade coletiva e os costumes sociais. E a nossa mentalidade coletiva não é democrática. O povo de modo geral não acredita na democracia, não sabe nem o que é isso. Não sabe que é um regime político em que ele tem o poder em última instância e que ele deve decidir as questões fundamentais para o futuro do país. Não sabe que ele deve não somente eleger os seus representantes, mas também poder de destituí-los. O povo não sabe que ele deve ter meios de fiscalização contínua dos órgãos do poder, não apenas do Executivo e Legislativo, mas também do Judiciário, que se verificou estar corrompido até a medula, com raras e honrosas exceções.  

E por que essa mentalidade?
Ora, essa mentalidade coletiva é fruto de quase quatro séculos de escravidão. Quando Tomé de Souza desembarcou no Brasil em 1549 trouxe o seu famoso regulamento de governo, no qual tudo estava previsto, mas só faltava uma coisa, a constituição de um povo. Havia funcionários da metrópole, havia um contingente de indígenas, havia o começo da escravidão, mas não havia povo. E nós não chegamos a constituir esse povo ao longo da nossa história porque o poder sempre foi oligárquico, ou seja, de uma minoria de grandes proprietários e empresários com apoio do contingente militar e da Igreja Católica. Assim nós chegamos ao século 21 numa situação de duplicidade completa. Todos acham que nós vivemos numa democracia e república, mas nós nunca vivemos de modo republicano e democrático. O primeiro historiador do Brasil, Frei Vicente do Salvador, apresentou uma declaração que até hoje permanece intocável, dizendo que nenhum homem dessa terra é repúblico, nem zela e trata do bem comum, se não cada um do bem particular. Não existe a possibilidade de democracia sem que haja uma comunidade em que o bem público esteja acima dos interesses particulares. E o chamado povão, as classes mais populares e humildes já trazem de séculos essa mentalidade de submissão, de passividade. Procuram resolver os seus problemas através do auxílio paternal de certos políticos ou através do desvio da lei. Nós vemos isso cotidianamente, nunca nos insurgimos contra uma lei que consideramos injusta, mas simplesmente nós desviamos da proibição legal. 

E como mudar essa mentalidade, professor?
É uma boa pergunta, mas a resposta vai ser um tanto desalentadora. Essa mentalidade e costumes foram forjados por uma instituição política colonial, depois imperial e falsamente republicana, mas, sobretudo, pela vigência do sistema capitalista, que entrou em vigor no Brasil no ano do descobrimento. E o sistema capitalista tem essa característica específica, o poder é sempre oculto e dissimulado. Os grandes empresários dizem que não são eles que fazem a lei, mas na verdade são eles que fazem o Congresso Nacional. São eles que dobram os presidentes da República. E os grandes empresários atualmente são os grandes banqueiros, os personagens do agronegócio, os industriais e os grandes comerciantes. Agora, por exemplo, o Partido dos Trabalhadores (PT) acabou admitindo na esfera federal, porque não havia outro jeito, a aprovação de um novo Código Florestal que favorece abertamente os grandes proprietários agrícolas. Então veja, para mudar tudo isso é preciso um trabalho longo e contínuo de educação cidadã. Isto evidentemente a partir de um trabalho de contínua denúncia dessa situação oligárquica. Mas a denúncia dessa situação hoje na sociedade de massas passa necessariamente pelos órgãos de comunicação de massa que estão nas mãos dos grandes empresários. Então a situação é muito pior do que a gente poderia imaginar, mas o importante é não desanimar, não perder o impulso no sentido da denúncia completa. Nenhum sistema de poder permanece em vigor se é desmoralizado perante o público. Nós temos poucas possibilidades de desmoralizar o sistema capitalista, mas uma delas que temos que aproveitar até o fim é a imprensa corajosa e lúcida como é o caso de Caros Amigos e Brasil de Fato.

Para além da imprensa, o que os movimentos sociais e sindicais, que cumpriram um papel importante de desmoralização da última ditadura militar, poderiam fazer?
O grande problema dos sindicatos que se revelou hoje é que eles não têm espírito público. Eles defendem em geral muito bem os interesses da classe trabalhadora, mas muitas vezes os meios empregados para essa defesa vão contra o interesse público. Quero dar um exemplo que vai provocar um certo escândalo. Eu sou radicalmente contra a greve no serviço público porque o grande prejudicado não é o governo, é o povo. A greve foi um instrumento legítimo de defesa dos trabalhadores nas empresas privadas porque atinge diretamente os interesses dos empresários. No serviço público é diferente. Veja o que aconteceu nas Universidades Federais. Todas entraram em greve. Os alunos declararam greve. Ora, os alunos das Universidades Públicas têm o privilégio de não pagar mensalidades. E como é que são sustentadas essas Universidades?   
Com o dinheiro do povo, e digo mais, com o dinheiro do povo mais pobre porque 70% dos impostos desse país são indiretos, ou seja, quem tem menos paga mais. É por isso que nós precisamos ampliar a educação cívica e política no sentido amplo da palavra. Eu criei, juntamente com alguns companheiros, há mais de vinte anos a Escola de Governo. Foi apenas um início e eu gostaria que fossem multiplicadas as escolas de formação cívica. Na periferia é preciso multiplicar esse tipo de ensino para que o povo comece desde já a se revoltar. Se fulano vier pedir votos para vereador ou prefeito, é preciso saber quem é o fulano, quem o mandou, quem é o responsável por sua candidatura.    

Hoje os trabalhadores menos precarizados do Brasil são justamente os servidores públicos porque têm condições reais de questionar a sua situação de trabalho ao enfrentar o seu patrão, que é o governo. Não seria um pouco radical não legitimar a greve no setor como instrumento de luta para conquistar e manter direitos?
Em primeiro lugar, a greve no serviço público não é tradicional, é muito recente. Em segundo lugar, ao invés da greve é preciso estabelecer instrumentos de proteção especial para os servidores públicos como, por exemplo, tribunais de arbitragem, estabilidade, garantia de aumento nos vencimentos pelo menos de acordo com o índice inflacionário e assim por diante. Tudo aquilo que é para favorecer os servidores públicos e lesa o patrimônio do povo deve, a meu ver, ser denunciado e banido. É uma questão que precisa ser mudada.  

O senhor disse sobre a existência de oligopólio nas empresas de comunicação no Brasil. Se o Executivo, Legislativo e Judiciário não fazem nada contra algo que é proibido pela Constituição, que atitude o povo pode tomar?
Eu acho que cada um tem uma missão e particularmente acredito que cumpri a minha. Eu procurei o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propondo que se fizesse uma ação direta de inconstitucionalidade por omissão, pela não regulamentação dos dispositivos constitucionais sobre os meios de comunicação de massa. O Conselho não aceitou. Então eu procurei o Partido Socialismo e Liberdade (Psol), que aceitou e a ação foi proposta, que é a ação de inconstitucionalidade por omissão número 10. Mas essa é uma medida meramente política. Do ponto de vista jurídico, o eventual ganho de causa não vai significar muita coisa porque dará uma recomendação ao Congresso Nacional para regulamentar a Constituição. Mas é preciso utilizar- se dessa ação para denunciar o controle que a mídia exerce sobre o Congresso Nacional. E exerce também sobre o Executivo porque o Advogado Geral da União que, de acordo com a lei, está sobre a imediata supervisão do Presidente da República, deu parecer contrário à ação.  

Até hoje ainda existem instituições criadas pela última ditadura civil-militar como é o caso da Polícia Militar. E apesar das denúncias dos movimentos sociais e de estudantes sobre a violência sistemática cometida pela Corporação, parece que o Estado finge que não acontece nada. Diante disso, o que se fazer?
Bom, em primeiro lugar, não são todos os movimentos sociais que protestaram contra o morticínio [na chácara] de Várzea Paulista [no interior de São Paulo, onde policiais da Rota – Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar – mataram nove pessoas no dia 11 de setembro]. E eu fiquei surpreso com o fato da Arquidiocese de São Paulo ter protestado contra as declarações religiosas de um candidato a prefeito da cidade de São Paulo, mas não ter dito nada sobre esse morticínio planejado e executado friamente. Foram abatidas nove pessoas com 61 tiros. Não houve arranhão em nenhum policial militar. Pois bem, quero lembrar que a Organização das Nações Unidas acaba de se pronunciar insistindo na supressão da Polícia Militar. Esta é uma proposta que eu venho defendendo há vários anos pois não faz nenhum sentido a organização de uma polícia no estilo de forças armadas, porque isso é uma trágica herança do regime empresarial militar.     

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MANIFESTANTES "ESCRACHAM" EX-GOVERNADOR FLEURY FILHO

Em frente à calçada do político, manifestantes picharam 'aqui mora o assassino' e exigiram que ele também seja responsabilizado pelas morte. 

Da Rede Brasil Atual
 
Manifestantes desenham contorno de corpo e acendem velas em memória dos 111 presos mortos no massacre do Carandiru (Foto: Maurício Morais/RBA) 
 
São Paulo – Um grupo de 50 jovens ligados ao Levante Popular da Juventude e a Rede Dois de Outubro realizou, na manhã de hoje (2), um escracho na frente da casa do ex-governador do estado Luiz Antônio Fleury Filho, mandatário à época do massacre do Carandiru, que hoje completa 20 anos. Na ocasião, 111 presos foram assassinados pela tropa de choque da Polícia Militar (PM). Para os manifestantes, Fleury e seu secretário de segurança na época, Pedro Franco de Campos, devem ser réus no processo que apura as responsabilidades pelo massacre. Na última semana, o Tribunal de Justiça de São Paulo anunciou para 28 de janeiro de 2013 o júri de policiais envolvidos no caso.
Em grupos pequenos, os manifestantes foram chegando à praça Marechal Cordeiro Farias, no final da avenida Paulista, na região central, por volta de 9h. Equipados com tambores, sprays, megafone, faixas e retratos do ex-governador, os jovens desceram a rua Itápolis em direção à rua Morro Verde, também na região central, onde mora Fleury. A rua é estreita e arborizada, com grandes casas de muros altos, seguranças particulares e câmeras em todas as entradas. O alvo do escracho tinha três seguranças em uma guarita interna, que ficaram bastante aflitos com a chegada dos manifestantes.
Manifestantes pedem que Fleury também seja responsabilizado pelas 111 mortes
O ato começou ao som de percussão, com uma paródia de funk: "Tá matando todo mundo/ Quem não reagiu tá vivo”, em alusão à afirmação do ex-governador, parafraseando o atual governador, Geraldo Alckmin, dizendo que quem não reagiu à ação da polícia não morreu. Os ativistas alternavam-se ao microfone, explicando as razões do ato e pedindo justiça. Enquanto isso, um jovem pichava na calçada da casa: “Aqui mora o assassino que ordenou o massacre do Carandiru”.
De acordo com a militante do Levante Popular da Juventude Juliane Furno, o objetivo do ato foi resgatar a memória dos 111 mortos no massacre do Carandiru e cobrar para que não fiquem impunes os que detinham a autoridade sobre a atuação da PM. “Estamos aqui para cobrar que seja feita justiça e denunciar para a sociedade essas pessoas que cometeram crimes ou violaram direitos humanos e hoje vivem tranquilamente em suas casas, como se nada tivesse acontecido.”
Manifestação em frente a casa do ex-governador durou uma hora
Um manifestante convidou Fleury para vir à rua e encarar sua responsabilidade pelas 111 mortes na casa de detenção. Ele afirmou que o ato não tratava de revanchismo, mas seria o justo resgate da memória dos “Zés” que foram assassinados naquele dia. “E que ninguém se importou justamente por serem pobres e simples Zés”, disse ele. Em seguida, os manifestantes iniciaram a leitura dos nomes dos 111 mortos. O desenho de um corpo foi desenhado na rua, bem à frente da casa de Fleury. Em silêncio, um grupo de jovens acendeu velas e as colocou sobre o contorno do corpo para homenagear as vítimas.
Terminado o pronunciamento dos nomes, os manifestantes deixaram a rua em marcha para a praça na qual haviam se concentrado. Seguranças e moradores observavam de longe, fechando o portão quando o grupo se aproximava. Nenhum vizinho de Fleury quis falar com a reportagem. No caminho, em meio a palavras de ordem, os jovens entoaram nova canção, em que diziam “e do Carandiru/ eu não vou esquecer/ quero ver, quero ver/ a justiça acontecer”.

Outras ações

Na tarde de hoje, a Pastoral Carcerária e a Rede Dois de Outubro realizam um ato inter-religioso, às 15h, na Catedral da Sé, centro da capital. A celebração também faz parte da semana em memória dos 20 anos do massacre do Carandiru e pelo fim dos massacres. Na sequência da atividade religiosa, será realizado um ato político-cultural no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), ao lado da Catedral. De lá, os manifestantes seguem em caminhada para a Secretaria de Justiça, no Páteo do Colégio, onde finalizam o dia com outra atividade político-cultural.
O artista vanguardista Nuno Ramos preparou uma ação intitulada 24 Horas 111, para a 30ª Bienal de São Paulo, que consiste na leitura contínua dos nomes dos 111 presos mortos no massacre de 1992, durante 24 horas, até as 23 horas e 59 minutos de hoje. O pronunciamento será feito por 24 pessoas diferentes, na Mobile Rádio BSP, a estação temporária de rádio-arte da Bienal. A rádio está funcionando desde 3 de setembro e vai ficar no ar até 9 de dezembro, 24 horas por dia.
No próximo sábado (6), a Rede Dois de Outubro vai realizar a caminhada cultural pela paz e pela liberdade, às 11h, no Parque da Juventude, na zona norte da capital. O parque foi construído em 2003, no espaço onde ficava o presídio, após sua demolição. Hoje, no local, fica a Biblioteca São Paulo e a Escola Técnica Estadual (Etec) Parque da Juventude. No local não existe nenhuma menção ao presídio ou ao massacre.

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terça-feira, 2 de outubro de 2012

MÚSICA DO DIA

Há vinte anos, ocorria o massacre do Carandiru. Leia mais.




Diário de Um Detento  
Racionais Mc's

"São Paulo, dia 1º de outubro de 1992, 8h da manhã.Aqui estou, mais um dia.Sob o olhar sanguinário do vigia. Você não sabe como é caminhar com a cabeça na mira deuma HK.Metralhadora alemã ou de Israel.Estraçalha ladrão que nem papel.Na muralha, em pé, mais um cidadão José.Servindo o Estado, um PM bom.Passa fome, metido a Charles Bronson.Ele sabe o que eu desejo.Sabe o que eu penso.O dia tá chuvoso. O clima tá tenso.Vários tentaram fugir, eu também quero.Mas de um a cem, a minha chance é zero.Será que Deus ouviu minha oração?Será que o juiz aceitou apelação? Mando um recado lá pro meu irmão:Se tiver usando droga, tá ruim na minha mão.Ele ainda tá com aquela mina.Pode crer, moleque é gente fina.Tirei um dia a menos ou um dia a mais, sei lá...Tanto faz, os dias são iguais.Acendo um cigarro, vejo o dia passar.Mato o tempo pra ele não me matar.Homem é homem, mulher é mulher.Estuprador é diferente, né?Toma soco toda hora, ajoelha e beija os pés, e sangra até morrer na rua 10.Cada detento uma mãe, uma crença.Cada crime uma sentença.Cada sentença um motivo, uma história de lágrima,sangue, vidas e glórias, abandono, miséria, ódio,sofrimento, desprezo, desilusão, ação do tempo. Misture bem essa química. Pronto: eis um novo detentoLamentos no corredor, na cela, no pátio.Ao redor do campo, em todos os cantos.Mas eu conheço o sistema, meu irmão, hã...Aqui não tem santo. Rátátátá... preciso evitar que um safado faça minha mãe chorar. Minha palavra de honra me protegepra viver no país das calças bege.Tic, tac, ainda é 9h40.O relógio da cadeia anda em câmera lenta.Ratatatá, mais um metrô vai passar.Com gente de bem, apressada, católica.Lendo jornal, satisfeita, hipócrita.Com raiva por dentro, a caminho do Centro.Olhando pra cá, curiosos, é lógico. Não, não é não, não é o zoológicoMinha vida não tem tanto valorquanto seu celular, seu computador.Hoje, tá difícil, não saiu o sol.Hoje não tem visita, não tem futebol.Alguns companheiros têm a mente mais fraca.Não suportam o tédio, arruma quiaca.Graças a Deus e à Virgem Maria.Faltam só um ano, três meses e uns dias.Tem uma cela lá em cima fechada.Desde terça-feira ninguém abre pra nada. Só o cheiro de morte e Pinho Sol.Um preso se enforcou com o lençol.Qual que foi? Quem sabe? Não conta.Ia tirar mais uns seis de ponta a ponta (...)Nada deixa um homem mais doente que o abandono dos parentes. Aí moleque, me diz: então, cê qué o quê?A vaga tá lá esperando você. Pega todos seus artigos importados.Seu currículo no crime e limpa o rabo.A vida bandida é sem futuro.Sua cara fica branca desse lado do muro.Já ouviu falar de Lucífer?Que veio do Inferno com moral.Um dia... no Carandiru, não... ele é só mais um.Comendo rango azedo com pneumonia...Aqui tem mano de Osasco, do Jardim D'Abril, Parelheiros,Mogi, Jardim Brasil, Bela Vista, Jardim Angela, Heliópolis, Itapevi, Paraisópolis.Ladrão sangue bom tem moral na quebrada.Mas pro Estado é só um número, mais nada. Nove pavilhões, sete mil homens.Que custam trezentos reais por mês, cada.Na última visita, o neguinho veio aí. Trouxe umas frutas, Marlboro, Free... Ligou que um pilantra lá da área voltou.Com Kadett vermelho, placa de Salvador.Pagando de gatão, ele xinga, ele abusa com uma nove milímetros embaixo da blusa.Brown: "Aí neguinho, vem cá, e os manos onde é que tá?Lembra desse cururu que tentou me matar?" Blue: "Aquele puta ganso, pilantra corno manso.Ficava muito doido e deixava a mina só.A mina era virgem e ainda era menor.Agora faz chupeta em troca de pó!"Brown: "Esses papos me incomoda.Se eu tô na rua é foda..."Blue: "É, o mundo roda, ele pode vir pra cá."Brown: "Não, já, já, meu processo tá aí. Eu quero mudar, eu quero sair. Se eu trombo esse fulano, não tem pá, não tem pum.E eu vou ter que assinar um cento e vinte e um."Amanheceu com sol, dois de outubro.Tudo funcionando, limpeza, jumbo.De madrugada eu senti um calafrio.Não era do vento, não era do frio.Acertos de conta tem quase todo dia.Ia ter outra logo mais, eu sabia.Lealdade é o que todo preso tenta.Conseguir a paz, de forma violenta.Se um salafrário sacanear alguém, leva ponto na cara igual FrankesteinFumaça na janela, tem fogo na cela.Fudeu, foi além, se pã!, tem refém.Na maioria, se deixou envolverpor uns cinco ou seis que não têm nada a perder.Dois ladrões considerados passaram a discutir.Mas não imaginavam o que estaria por vir.Traficantes, homicidas, estelionatários.Uma maioria de moleque primário.Era a brecha que o sistema queria.Avise o IML, chegou o grande dia.Depende do sim ou não de um só homem.Que prefere ser neutro pelo telefone.Ratatatá, caviar e champanhe.Fleury foi almoçar, que se foda a minha mãe!Cachorros assassinos, gás lacrimogêneo...quem mata mais ladrão ganha medalha de prêmio!O ser humano é descartável no Brasil.Como modess usado ou bombril.Cadeia? Claro que o sistema não quis.Esconde o que a novela não diz.Ratatatá! sangue jorra como água.Do ouvido, da boca e nariz.O Senhor é meu pastor... perdoe o que seu filho fez.Morreu de bruços no salmo 23,sem padre, sem repórter.sem arma, sem socorro.Vai pegar HIV na boca do cachorro.Cadáveres no poço, no pátio interno.Adolf Hitler sorri no inferno! O Robocop do governo é frio, não sente pena.Só ódio e ri como a hiena.Rátátátá, Fleury e sua gangue vão nadar numa piscina de sangue.Mas quem vai acreditar no meu depoimento?Dia 3 de outubro, diário de um detento."

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DEBATES: A BLOGOSFERA, REDES SOCIAIS E SUAS POSSIBILIDADES

 
Do SESCSP

Durante o mês de outubro, o espaço de Cultura Digital do Sesc Consolação promove rodas de conversas para refletir os desdobramentos sociais da circulação da informação através da blogosfera e das redes sociais. Com instrutores da Internet Livre.


bate-papo
Dia(s) 09/10 Terça, das 17 às 19h.
Em reflexão, as diversas interpretações da realidade da blogosfera em contraponto ao poder de pauta da mídia de massa.... [leia mais]

A regulamentação da internet no Brasil
Dia(s) 16/10 Terça, das 17 às 19h.
Roda de conversa sobre o "Marco Civil na Internet" e os desafios da regulamentação e da autonomia no uso da rede mundial... [leia mais]




Dia(s) 23/10 Terça, das 17 às 19h.
Reflexão sobre a compilação de dados privados e o agenciamento dos usuários para o mercado publicitário.... [leia mais

 Informação e Poder: a influência da Internet nas eleições brasileiras.
Dia(s) 30/10 Terça, das 17 às 19h.
Discussão acerca dos desdobramentos das campanhas eleitorais no ciberespaço e as possibilidades de participação popular ... [leia mais]

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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

A REFLEXÃO E O SENSO CRÍTICO ESTÃO DE LUTO

 Foto: Morre aos 95 anos historiador marxista Eric Hobsbawm (1917-2012)</p><br />
<p>Autor de obras como "A Era das Revoluções" e "A Era dos Extremos" estava internado em hospital para tratar pneumonia</p><br />
<p>O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu em Londres aos 95 anos, segundo informação divulgada por sua família nesta segunda-feira. </p><br />
<p>O intelectual marxista é considerado um dos maiores historiadores do século 20 e escreveu "A Era das Revoluções" , "A Era do Capital" , "A Era dos Impérios" , "A Era dos Extremos" , entre outras obras.</p><br />
<p>Segundo a AP, a filha do historiador, Julia Hobsbawn, informou que seu pai morreu na madrugada passada. Ele estava internado em um hospital, tratando uma pneumonia.</p><br />
<p>Vida</p><br />
<p>Hobsbawm nasceu no dia 9 de julho de 1917 no Egito ainda sob o domínio britânico, e tinha, por isso, nacionalidade britânica.</p><br />
<p>Ele passou os primeiros anos de sua vida em Viena e Berlim. Sua família mudou-se para ao Reino Unido depois que Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha, em 1933.</p><br />
<p>Hobsbawm casou-se duas vezes, primeiro com Muriel Seaman em 1943 (divorciou-se em 1951) e depois com Marlene Schwarz. Com esta última teve dois filhos, Julia e Andy. Ele também era pai de Joshua, fruto de uma relação anterior.</p><br />
<p>Com EFE e BBC Brasil” width=”403″ height=”369″ /></div>
<div><em>His</em><em>toriador marxista Eric Hobsbawm (1917-2012)</em> militou por décadas no PC britânico</div>
</div>
</div>
<div id=
Da EFE

O historiador britânico Eric Hobsbawm morreu em Londres aos 95 anos, segundo informação divulgada por sua família nesta segunda-feira.

O intelectual marxista é considerado um dos maiores historiadores do século 20 e escreveu “A Era das Revoluções” , “A Era do Capital” , “A Era dos Impérios” , “A Era dos Extremos” , entre outras obras.
Segundo a AP, a filha do historiador, Julia Hobsbawn, informou que seu pai morreu na madrugada passada. Ele estava internado em um hospital, tratando uma pneumonia.

Vida
Hobsbawm nasceu no dia 9 de julho de 1917 no Egito ainda sob o domínio britânico, e tinha, por isso, nacionalidade britânica.

Ele passou os primeiros anos de sua vida em Viena e Berlim. Sua família mudou-se para ao Reino Unido depois que Adolf Hitler assumiu o poder na Alemanha, em 1933.

Hobsbawm casou-se duas vezes, primeiro com Muriel Seaman em 1943 (divorciou-se em 1951) e depois com Marlene Schwarz. Com esta última teve dois filhos, Julia e Andy. Ele também era pai de Joshua, fruto de uma relação anterior.

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