O presidente da Bolívia, Evo Morales, esteve
ontem em uma reunião em Moscou com outros países produtores de gás.
Tema relevante para a economia boliviana. Após os debates, quando
retornava ao seu país, Evo foi surpreendido.
O avião presidencial que o conduzia foi obrigado
a parar em Viena (capital da Áustria) ao receber a informação de
que vários países europeus como Itália, França, Espanha e
Portugal haviam fechado os seus respectivos espaços aéreos para
Evo.
Como se isso não bastasse, o boliviano passou
pelo constrangimento de uma tentativa de revista na aeronave por
parte de autoridades austríacas.
Tudo isso porque desconfiavam que o ex-agente
norte-americano Edward Snowden, que denunciou o criminoso esquema de
espionagem do governo dos Estados Unidos estava na Rússia e que
pediu asilo a 21 países (incluindo a Bolívia), poderia estar na
aeronave.
Após o fato, o Chefe de Estado Evo Morales
afirmou não ser um criminoso e seguiu dizendo o que qualquer ser
humano com alguns neurônios concorda: “eles agiram a mando dos
EUA”.
Trata-se de um ato gravíssimo que violou regras
do direito internacional, feriu a soberania boliviana e colocou em
risco a vida de todos os que estavam a bordo da aeronave. Esse fato
precisa ser denunciado à ONU por não se tratar apenas de um crime
praticado contra a Bolívia mas também por abrir um precedente
perigosíssimo para as relações diplomáticas.
Para tanto é preciso que todos os países da
América Latina se reúnam para realizarem tal denúncia e
declararem repúdio ao ocorrido.
Até o momento, diversos Chefes de Estado latino-americanos se manifestaram publicamente contra o episódio. Dentre eles, Pepe Mujica, Rafael Correa, Cristina Kirchner e Nicolás Maduro.
Já o governo brasileiro, lamentavelmente, ainda
não se manifestou a respeito seguindo a lógica protocolar imposta
pelo status quo e aceita pela "Dilminha paz e amor".
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Nota da Presidenta Dilma Rousseff
ResponderExcluirO Governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao Presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevôo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.
O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.
Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Européia.
O constrangimento ao Presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.
O Governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao Presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso Continente, para que situações como essa nunca mais se repitam.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Antes tarde do que nunca. Espero que não fique apenas no papel.
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