O texto abaixo foi extraído do portal Comunique-se e levanta a tola polêmica sobre a necessidade de formação superior para a profissão de jornalista.
Escrevo tola porque o argumento de que é necessário ter diploma não cabe quando se trata do direito à liberdade de expressão e pensamento.
É um verdadeiro absurdo reconhecer o profissional do jornalismo e da comunicação social só depois de ele ter passado por uma universidade (isso sem entrar no mérito da discutível qualidade do ensino e na questão da desigualdade de acesso à mesma). Talvez, seja importante um rápido curso profissionalizante para aqueles que pretendem atuar na área. E só!
Aliás, isso ocorre com inúmeras outras profissões que foram abraçadas pela lógica do lucro sob a alegação de que é necessário obter o "canudo" para ser reconhecidamente um profissional.
Fato lamentável mas, absolutamente, esperado a partir do momento em que a educação se tornou mais um mero nicho de mercado.
Confira a matéria:
“Não importa qual sua formação, você pode ser um jornalista”, diz anúncio de jornal
Silvana Chaves
O jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, decidiu contratar jornalistas sem graduação específica na área. Veja o anúncio abaixo, publicado ontem 04/07, no periódico do interior paulista:Silvana Chaves
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respeito quem é formado em jornalismo, mas ser jornalista é mais que uma formação acadêmica, é um dom e ter sensibilidade, não é dar uma notícia, e sentir a notícia, e ter emoção para transmitir e se importar com aquilo que acontece...e isso não se aprende em nenhuma faculdade.. se aprende na vida...
ResponderExcluirRodrigo,
ResponderExcluirMuito boas as suas colocações.
Agora, essa posição do jornal está bem estranha, não?
Estará ligada à questão salarial?
Olá, Rodrigo! Também sou absolutamente contra a obrigatoriedade do diploma para jornalista. Acredito no jornalismo como vocação. Pode ser uma prisma idealista, admito. Mas o que vejo nos bancos das universidades é uma legião de compradores de diploma cujo único compromisso é com sua própria carreira e o interesse público é irrelevante. As faculdades formam os profissionais que o mercado demanda: moldados para redigir textos engessados, característicos da lógica industrialista do capital, sem exercício crítico e considerações éticas. É óbvio que existem exceções. Sou estudante da área (embora atualmente afastada) e conheço alguns poucos profissionais conscientes.
ResponderExcluirSou a favor de uma regulamentação, somente para que o direito de resposta, por exemplo, volte a ser garantido.
Exigir diploma é apenas a pseudo garantia de emprego para aqueles que enxergam a profissão como fonte de $obrevivência. Além disso, a obrigatoriedade do diploma é uma premissa elitista, e diria, até reacionária, pois subentende que o direito à expressão deve se limitar àqueles que passaram por um filtro social chamado vestibular. Já diz a Constituição: a liberdade de expressão é para todos!