Na manhã de hoje a tropa de choque do governador tucano Geraldo Alckmin invadiu a USP para cumprir ordem judicial de despejo daqueles alunos que ocupavam a reitoria. As imagens mostradas pelo PIG faz com que seja possível nos perguntarmos se ainda estamos sob um regime militar. Um verdadeiro absurdo!
Como se isso não bastasse, o oligopólio midiático, como sempre, cumpriu a sua sórdida participação julgando histericamente e irresponsavelmente a situação afirmando que os estudantes são "maconheiros", "vândalos", “indigentes mimados” entre outras aberrações.
Colunistas (ou seriam calunistas?) do PIG fomentavam a histeria preconceituosa em defesa da "tradição, família e propriedade". Um verdadeiro espetáculo de conservadorismo e ódio.
Nenhum desses senhores feudais da comunicação brasileira foi capaz de divulgar a nota oficial da Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (que publico abaixo) para que fosse possível à sociedade verificar os fatos e não a simulação de fatos como esses senhores estão acostumados a fazer.
Ao ler a nota fica claro de que lado estão os vândalos e vagabundos nessa história:
Nota da Congregação da FFLCH
A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, reunida em sessão extraordinária, no dia 31 de outubro de 2011, na sala 8, do Conjunto de Filosofia e Ciências Sociais, à vista da gravidade dos acontecimentos que resultaram na ocupação do prédio da Administração, vem declarar sua disposição para o encaminhamento de soluções mediante negociação com as partes envolvidas no conflito.
A Congregação reconhece que os termos do convênio firmado entre a USP e a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo são vagos, imprecisos e não preenchem as expectativas da comunidade uspiana por segurança adequada. Reconhece igualmente que a intervenção da Polícia Militar extrapolou os propósitos originalmente concebidos com o convênio.
Como é tradicional em suas manifestações, a Congregação repudia com veemência o recurso a todas as formas de violência. É oportuno lembrar que a intervenção da PM ocorreu em um espaço social sensível à presença de forças coercitivas, face ao histórico, ainda recente na memória coletiva da comunidade acadêmica, de intervenções policiais violentas durante a ditadura militar.
As reações de alunos, embora previsíveis, não teriam tido o desdobramento que tiveram caso houvesse prevalecido o bom entendimento entre as partes envolvidas, sem apelo à violência. A Congregação envidará todos seus esforços para desarmar o conflito e conduzir seu desfecho à mesa de negociações.
Para tanto, se propõe a realizar gestões junto à superior administração visando reavaliação do protocolo entre a USP e a Secretaria de Segurança Pública do Estado de S. Paulo. É preciso que haja clareza quanto aos exatos fins e alcance da política de segurança nos campi. Uma moderna política de segurança pública prescinde da criminalização de comportamentos.
Nessa medida, a Congregação acolhe as sugestões dos alunos relativas a medidas que podem contribuir para o aperfeiçoamento da segurança na USP, entre as quais: melhoria da iluminação, aumento da frequência de ônibus de linha e circulares, guarda universitária, constituída por funcionários de carreira, desempenhando preferencialmente funções preventivas e com formação compatível com direitos humanos, criação de um corpo de guardas femininas, capacitadas para o atendimento de vítimas de assédio sexual e estupro.
A Congregação da FFLCH também se compromete a desencadear discussão ampla e aberta a toda a comunidade acadêmica para a formulação e execução de política interna de prevenção de drogas. Com o propósito de reduzir oportunidades de conflitos com desfechos violentos, igualmente se compromete a promover estudos que fundamentem proposta ao Conselho Universitário de revisão e modernização dos regulamentos que disciplinam processos administrativos movidos contra estudantes.
A Congregação reconhece que as discussões e debates a respeito da estrutura de poder na USP tem caráter de urgência e não podem mais ser postergadas sob quaisquer razões ou pretextos. Por fim, convém destacar que a Diretora da FFLCH da USP esteve presente no momento dos acontecimentos e fez a negociação visando a proteção dos direitos dos três alunos envolvidos, acompanhando‐os à Delegacia de Polícia. Além disso, garantiu que não teriam nenhum tipo de punição. Portanto, não é verdadeira a afirmação veiculada na comunidade de que a Diretora apoiou a ação da PM. Nesse sentido, a Congregação manifesta‐se pelo desagravo à injusta acusação que lhe foi imputada em documentos de circulação pública.
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Os helicópteros da Polícia Militar nos acordaram hoje às 6 horas da manhã, pois moro encostado na USP. Governador nazista e reitor fascista (eleito pelo Serra, pois ficou em segundo lugar na lista tríplice, bem longe do escolhido democraticamente pelos funcionários, professores e representantes dos alunos) nos oferecem este lamentável espetáculo. Espero que as imagens sejam divulgadas pelo mundo afora, para mostrarem o que se passa por aqui. Na televisão sensacionalista, os estudantes, enquanto eram detidos pela tropa de choque, eram chamados pelos "repórteres" de maconheiros, baderneiros e vagabundos. É esta a imagem dos estudantes da USP que o Governo do Estado quer passar para a população. Aqui em São Paulo, o período militar ainda não acabou. O coronel Erasmo Dias deve estar se deliciando com esta “operação limpa vagabundos”, como a Record está chamando. Para o fascista do Alckmin, estudante universitário e marginal tem que receber o mesmo tratamento. Uma vergonha, 400 policiais da tropa de choque na nossa universidade.
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