terça-feira, 22 de novembro de 2011

SERIA ENGRAÇADO SE NÃO FOSSE TRÁGICO

O PIG esteve ontem reunido com desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. O encontro teve como objetivos a aproximação do Judiciário e dos órgãos de imprensa (como se eles não fossem próximos) e o debate sobre conteúdo, credibilidade e velocidade da informação.

Ficou claro que o objetivo do debate não foi alcançado, uma vez que para se falar desses temas é preciso praticá-los no ofício da comunicação social. Fato difícil de se verificar em César Tralli e William Waack, representantes da imprensa no evento.

Alguns comentários chamaram a atenção como o de Tralli ao citar a importância da imprensa na evolução do Estado (será que ele se esqueceu do apoio que o seu patrão deu ao golpe de 64? Certamente ele chama aquilo de revolução) . Posteriormente, seguiu afirmando que só existe nação digna com liberdade de imprensa (certamente ele quis dizer liberdade de empresa), aquela que garante a existência do oligopólio midiático vergonhoso e criminoso que temos no Brasil.

E Waack não ficou atrás afirmando que o veículo de informação deve vender credibilidade, o que para ele, é o que a Globo faz (aqui entendo que pelo uso do verbo vender até parece coerente). Cita preocupação com a velocidade da internet e o cuidado de se produzir informação falsa (como se o jornal que ele apresenta jamais tenha feito isso e com tempo de sobra antes de a informação ser publicada).

Enfim, um encontro patético onde todos os participantes sorriam como se estivessem vivendo a plenitude de um país democrático graças aos meios de comunicação que existem. Mais uma grande hipocrisia!


Confira a matéria:

Diálogo busca aproximação entre imprensa e Judiciário
 

Do TJ/SP


A Coordenadoria do Gade 9 de Julho (prédio que abriga os gabinetes dos desembargadores da Seção de Direito Privado), juntamente com a Comissão de Imprensa e Comunicação (CIC) do Tribunal de Justiça de São Paulo e a Rede Globo de Televisão promoveram, na tarde desta segunda-feira (21) um encontro entre desembargadores e os jornalistas César Tralli e William Waack.


Na reunião, aberta pelo presidente da CIC, desembargador Carlos Teixeira Leite Filho, que falou sobre os objetivos a serem alcançados com a realização no encontro, a meta principal foi a aproximação do Judiciário e dos órgãos de imprensa na discussão de temas como conteúdo, credibilidade, velocidade, enfim, diferenças e semelhanças entre os meios de comunicação e o Poder Judiciário.


César Tralli, apresentador do SPTV 1ª edição, discorreu sobre o “O direito de informação e sua importância para legitimação do Estado democrático: a importância da imprensa na evolução do Estado e da sociedade com uma abordagem na legitimidade do jornalismo investigativo”.  Para ilustrar o assunto, lembrou do recente assassinato da juíza carioca Patrícia Acioli, executada quando chegava a sua casa, em agosto deste ano. “Como pode uma sociedade aspirar à Justiça se quem tem o dever de promovê-la se sente acuado? Quando um juiz sofre ameaça, é uma tentativa de amordaçar a Justiça, fato que não interessa ao cidadão de bem. O mesmo ocorre com a imprensa. Entendo que não se constrói uma nação digna sem uma imprensa livre.”


Tralli fez questão de distinguir o trabalho da imprensa sensacionalista daquele que é exercido nas empresas sérias. No seu cotidiano, há uma grande preocupação entre os jornalistas em consultar o departamento jurídico da emissora antes da veiculação de qualquer matéria. Outro item constante nas falas de jornalistas é a manutenção do sigilo da fonte. “É extremamente importante a proteção da identidade da fonte. Se alguém me mandar revelá-la, prefiro ser torturado”, ponderou.


Como o diálogo não tinha formalidade, fato usual entre os profissionais de comunciação, ao encerrar sua participação Tralli disse aos integrantes do Poder Judiciário que eles devem "abrir as portas da Justiça". "Deem mais oportunidades à imprensa para entender o cotidiano do Judiciário. Afinal, não estamos todos no mesmo barco?”


Segundo o desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, coordenador do Gade 9 Julho, a busca pela verdade dos fatos antes da veiculação da notícia é fator de extrema importância para o bom jornalismo. “Fico satisfeito que haja uma preocupação em se analisar a veracidade dos fatos antes de divulgar a notícia. Sabemos que a informação é útil, mas os veículos de comunicação têm sua linha editorial e, isso pode, muitas vezes, prejudicar a notícia.”


 Já William Waack, que apresenta o Jornal da Globo, falou sobre “A proteção das obras jornalísticas na internet: a questão dos agregadores de notícias X Declaração de Hamburgo”. Para o jornalista, todo veículo de comunicação deve vender credibilidade. “É isso que a Globo faz, afinal, somos a voz de que não tem voz. A internet produz muito conteúdo falso. Quando as pessoas querem saber se um fato é verdade, são os nossos telejornais que elas assistem.”


Waack enfatizou ainda o fato de que a internet, atualmente, produz muita informação falsa, na ânsia de dar um furo de reportagem. E esse tipo de atitude, para ele, arruína a credibilidade de qualquer veículo de comunicação. “Fala-se em revolução da informação, que nada mais é do que a rapidez com que as notícias correm. Isso nada tem a ver com credibilidade. Muito pelo contrário. Essa situação é extremamente perigosa. Por esse motivo, produzir conteúdo com credibilidade é o nosso grande desafio.”


Segundo o jornalista – que disse fazer parte da geração que viveu no mundo sem internet –, o mundo atual não é tão diferente de antigamente. “Ainda hoje, os novos repórteres recebem as mesmas orientações: respeito ao outro é fundamental, compromisso com o público é fundamental. Afinal, você vive da sua credibilidade.”


O encontro foi encerrado com um debate entre os cerca de 70 magistrados presentes e os jornalistas, que esclareceram dúvidas e discutiram a relação desses dois mundos, que vivem juntos, quase não se conhecem, têm linguajar totalmente diferente, mas que estão – ambos – preocupados em levar aos cidadãos informações corretas e distribuição de Justiça.

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