A indignidade reunida
Enquanto os manifestantes gritavam por justiça, respeito a lei maior deste país, clamavam pelo direito inalienável à moradia e apanhavam da "democrática" polícia tucana inicialmente em frente à catedral da Sé e posteriormente na porta da prefeitura, no salão nobre desta estavam reunidos o "prefeito" Kassab, o "governador" Alckmin, o eterno pseudo-sociólogo tucano FHC, o presidente do TJ (o mesmo que assumiu a criminosa invasão do Pinheirinho), representantes da igreja católica e a presidenta Dilma que recebeu a medalha "25 de Janeiro" das mãos do "administrador" da cidade.
Como se nada estivesse acontecendo, a Presidenta se mostrou emocionada com a condecoração e agradeceu elogiando Kassab afirmando que ele "é capaz de agregar vínculos fraternos e republicanos" além de trocar sorrisos carinhosos com FHC e com Alckmin. Em nenhum momento, ela citou ou demonstrou repúdio pelo ocorrido a alguns quilômetros dali.
Diante desse comportamento no mínimo absurdo de Dilma, fica a pergunta:
Para quem Dilma governa?
Com essa lamentável atitude, resta a este sujo blogueiro declarar o profundo arrependimento de ter votado nessa senhora que, assim como grande parte dos representantes eleitos pelo povo, jogou no lixo a sua história de luta por um país digno e livre durante os anos de chumbo.
Mais do que nunca, está comprovado que o voto na democracia que temos é apenas a escolha pelo "menos pior". Todos acabam cooptados pelos interesses do status quo sem qualquer constrangimento salvo raríssimas exceções.
Os criminosos no caso do Pinheirinho e da corrupção praticada pela especulação imobiliária (incluindo a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil) estão em todos os níveis do poder executivo deste país. Prefeitura, Governo e Presidência.
O povo brasileiro não merece a indignidade praticada por vocês.
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Concordo com vc, blogueiro... Parece que a Dilma esperou começar a governar para mostrar sua verdadeira face, que está sendo de muito autoritarismo. Além de todas elencadas por vc, a Dilma está tendo atitudes ditatoriais sem deixar a discussão acontecer. E agora se aliou aos fundamentlisatas religiosos e está propondo uma MP que retira direitos humanos das mulheres e joga-as nas mãos do vaticano e dos religiosos aproveitadores. Propõe que as mulheres sejam vigiadas por esses grupos sem escrúpulos e sejam consideradas criminosas, ao atacar direitos firmados em discussões internacionais. Nenhum coletivo de mulheres sabia da MP 577, nem mesmo a Secretaria de Mulheres sabia do teor, não foi consultada ou discutiu. Está sendo uma afronta, um desrespeito a todo o povo brasileiro. Num momento em que queremos avançar na conquista de direitos humanos e direito das mulheres - que países da América Latina já fez - ela vem com essa traição.Eu estou muito decepcionada com mais essa, que a gente confiou nosso voto.
ResponderExcluirE esse assunto podria ter sido aproveitado na questão do BBB. Era oportuno e aproveitava a vitrine.
Wolney Castilho Alves: Realmente é muito constrangendor e preocupante. Mas gostaria de colocar minha visão. Ela deriva para uma análise do cenário do processo histórico pelo qual passamos. No meu entendimento estamos passando por uma revolução. A Casa Grande está... perdida. As bases que sempre a sustentaram estão rangendo, rachando, e a elite atrasada começa a afundar. Paulo Henrique Amorim vê que a Casa Grande começou a pegar fogo. As elites que a habitam sentem as bases sociais tentando ou definitivamente se libertando de seu jugo. É possível que essas reações brutais que estamos presenciando ("reacionarismo") aumentem ainda mais até um ponto de ruptura de características não previsíveis. Vejo que o Governo Dilma leva à frente sua missão tentando evitar até onde for possível que as condições de ruptura se imponham e as dinâmicas sociais e políticas fujam ao controle. Lula também fez isso. Apesar de todos os pesares o Brasil mudou. Minha tese é, portanto: os governos Lula e Dilma assimilam ao máximo as reações, concedem tudo o que for possível para garantir a governabilidade visando o objetivo maior: tocar em frente o projeto estratégico que, objetivamente, está mudando o Brasil.
ResponderExcluiro problema sao problemas demais se nao correr atras da manera certa de solucionar...
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