Trabalhos vão auxiliar as comissões estadual e federal nas investigações dos crimes cometidos na ditadura.
Do SPressoSP
Em uma solenidade realizada na Câmara
Municipal de São Paulo na noite desta segunda-feira, 11/06, foi lançada a
Comissão Municipal da Verdade, que levará o nome de Vladmir Herzog,
jornalista morto pela ditadura militar em 1975. A cerimônia contou com
as presenças de Ivo Herzog, filho de Vlado, e Clarice, sua viúva, que se
mostrou bastante emocionada durante a exibição de um breve curta
metragem sobre seu marido.
Além dos familiares, estiveram presentes
os vereadores Ítalo Cardoso (PT), que será o presidente da Comissão,
Eliseu Gabriel (PSB), que será o relator, Jamil Murad (PC do B) e
Juliana Cardoso (PT). A mesa também teve a presença do presidente da
Comissão da Verdade Estadual, o deputado Adriano Diogo (PT), e de Ivan
Seixas, ex-preso político e representante da Comissão de Familiares de
Mortos e Desaparecidos da Ditadura.
De acordo com Ítalo Cardoso, as
primeiras tarefas da comissão levarão em conta uma antiga CPI de 1990,
quando uma vala comum com diversos corpos foi encontrada em Perus. “Nós
temos todo um conjunto de informações coletadas ao longo dos anos. Tem o
relatório da CPI de 90, tem a subcomissão criada aqui para acompanhar o
processo de abertura dos arquivos da ditadura. Vamos pegar tudo o que
temos agora, mandar para as comissões estadual e federal, já pedindo
providências”, disse o vereador.
Ivan Seixas declarou a importância da
instauração de uma comissão municipal após a estadual e nacional. “Em
grande medida a repressão aconteceu aqui em São Paulo. Muito mais da
metade do que tem para ser apurado sobre a época está aqui, a Operação
Bandeirante começou aqui. Vai ser muito importante a colaboração dos
trabalhos entre estado e município”, afirmou.
“A Comissão tem uma importância muito
grande para investigar todos os aspectos dos crimes. Podemos dar apoio
político, apoio logístico às comissões estadual e federal. É uma questão
que vai além do país e do Estado, vai para as cidades também”,
completou Eliseu Gabriel.
O filho de Vlado discursou sobre a
importância da população, em geral, tomar conhecimento dos crimes que
eram cometidos na época da ditadura. “Uma recente pesquisa feita pelo
Centro de Estudos da Violência da USP revelou que 47% da população acha
válida a tortura como meio para se obter uma informação. Isso só pode
ser explicado porque eles não sabem o que é a tortura e o que ela
significou”, destacou.
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