Na Avenida Paulista,
manifestantes lembraram que dirigente da CBF pediu transferência do
jornalista dias antes de sua morte pela ditadura militar
Do SPRESSOSP
Neste domingo (11), o atual presidente
da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín, o foi
escrachado. Na capital, os manifestantes acusaram Marín de ter sido
delator de Vladimir Herzog, morto sob tortura pela ditadura militar
(1964-1985).
Em 1975, o jornalista trabalhava como
diretor de jornalismo na TV Cultura. Nas semanas que antecederam sua
morte, José Marín proferiu discurso em que pedia uma interferência na
emissora após ausência da TV Cultura na cobertura de um evento.
A concentração do escracho começou no
vão do Masp, na avenida Paulista. Às 15h, o movimento ocupou uma faixa
da via, fazendo o percurso até o cruzamento com a Rua Padre João Manuel,
no Conjunto Nacional. Diversos movimentos acompanharam o protesto, como
a mobilização a favor de uma Comissão da Verdade da USP, a Consulta
Popular e a União Juventude Revolução.
A Juventude Revolução distribuiu
panfletos durante o escracho em que reivindica a memória, a verdade e a
justiça. Durante o protesto, manifestantes cantavam “Abaixo a
impunidade, quem vai cair, vai cair”, condenando José Marín com os
dizeres: “Estou aqui para escrachar o delator da ditadura militar”.
Após dobrarem a rua sentido Jardins, os
militantes desceram até o número 493, na altura do condomínio onde mora o
presidente da CBF. Líderes do Partido Comunista Revolucionário (PCR)
lembraram as práticas de tortura ainda cometidas no Brasil atualmente.
“A juventude não aceita mais métodos de tortura no Brasil.”
Houve menções ao médico José Carlos
Pinheiro, de Sergipe, que apoiou a ditadura militar e agora processa o
Levante Popular da Juventude. Ele é acusado de ter acompanhado presos
políticos submetidos a tortura para diagnosticar as chances de mais atos
de violência.
O escracho também contou com a presença
do deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP). O parlamentar destacou a
ascensão de José Marín em cargos de poder, passando de vereador a
governador do estado de São Paulo durante o regime militar. “Esse senhor
só cai pra cima. Que vergonha, que vergonha.”
Aton Fon Filho, do Comitê Paulista
Memória, Verdade e Justiça, alertou o presidente da CBF para novos
escrachos. “José Maria Marín, aguarde sempre essa juventude”, disse. E
destacou a força da juventude: “Na voz deles, vibram novamente a voz de
Vladimir Herzog.”
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