sábado, 17 de novembro de 2012

ESCRACHO PÚBLICO CONTRA JOSÉ MARIA MARÍN

Na Avenida Paulista, manifestantes lembraram que dirigente da CBF pediu transferência do jornalista dias antes de sua morte pela ditadura militar

Do SPRESSOSP

 http://www.spressosp.com.br/wp-content/uploads/2012/11/Escracho-Jos%C3%A9-Maria-Marin-41.jpg

Neste domingo (11), o atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marín, o foi escrachado. Na capital, os manifestantes acusaram Marín de ter sido delator de Vladimir Herzog, morto sob tortura pela ditadura militar (1964-1985).

Em 1975, o jornalista trabalhava como diretor de jornalismo na TV Cultura. Nas semanas que antecederam sua morte, José Marín proferiu discurso em que pedia uma interferência na emissora após ausência da TV Cultura na cobertura de um evento.

A concentração do escracho começou no vão do Masp, na avenida Paulista. Às 15h, o movimento ocupou uma faixa da via, fazendo o percurso até o cruzamento com a Rua Padre João Manuel, no Conjunto Nacional. Diversos movimentos acompanharam o protesto, como a mobilização a favor de uma Comissão da Verdade da USP, a Consulta Popular e a União Juventude Revolução.

A Juventude Revolução distribuiu panfletos durante o escracho em que reivindica a memória, a verdade e a justiça. Durante o protesto, manifestantes cantavam “Abaixo a impunidade, quem vai cair, vai cair”, condenando José Marín com os dizeres: “Estou aqui para escrachar o delator da ditadura militar”.

 

Após dobrarem a rua sentido Jardins, os militantes desceram até o número 493, na altura do condomínio onde mora o presidente da CBF. Líderes do Partido Comunista Revolucionário (PCR) lembraram as práticas de tortura ainda cometidas no Brasil atualmente. “A juventude não aceita mais métodos de tortura no Brasil.”

Houve menções ao médico José Carlos Pinheiro, de Sergipe, que apoiou a ditadura militar e agora processa o Levante Popular da Juventude. Ele é acusado de ter acompanhado presos políticos submetidos a tortura para diagnosticar as chances de mais atos de violência.

O escracho também contou com a presença do deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP). O parlamentar destacou a ascensão de José Marín em cargos de poder, passando de vereador a governador do estado de São Paulo durante o regime militar. “Esse senhor só cai pra cima. Que vergonha, que vergonha.”

Aton Fon Filho, do Comitê Paulista Memória, Verdade e Justiça, alertou o presidente da CBF para novos escrachos. “José Maria Marín, aguarde sempre essa juventude”, disse. E destacou a força da juventude: “Na voz deles, vibram novamente a voz de Vladimir Herzog.”

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