quinta-feira, 29 de maio de 2014

CÂMARA APROVA CRIAÇÃO DA COMISSÃO DA VERDADE




Na tarde da última terça-feira (27), a Câmara Municipal de São Paulo aprovou, em primeira votação, a criação da Comissão da Memória e da Verdade da Prefeitura de São Paulo. Com 34 votos favoráveis, duas abstenções e dois contrários (Telhada  do PSDB e Camilo do PSD, ambos ex-coronéis da PM votaram contra).

O projeto de lei, que foi enviado à Câmara pelo prefeito Fernando Haddad (PT), precisa ser novamente apreciado pelos vereadores em plenário.

Ela deve ser instalada dentro da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e o seu objetivo será o de apurar crimes cometidos dentro das dependências da Prefeitura durante a ditadura militar.

Trata-se de uma relevante decisão para os cidadãos paulistanos que poderão, com a efetivação da Comissão, passar a história da sua cidade a limpo.

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domingo, 11 de maio de 2014

A MÃE MERCADO

Mais um dia de consumismo. O Deus Mercado indica que hoje é "Dia das Mães". 

Trata-se apenas de mais uma forma de manipulação e alienação para que a maior parte da população (também por influência do P.I.G., Partido da Imprensa Golpista, o braço forte da ideologia vigente) saia por lojas e shoppings na desenfreada busca por um presente para aquela pessoa que nos deu a vida. 
Afinal, a cultura de massa afirma que é inadmissível deixar passar um dia tão "importante" como esse sem a possibilidade de praticar o fetiche da compra imposta e aceita pelas mentes humanas como algo saudável, que traz felicidade fazendo com que a desumana roda do voraz mercado nunca pare.
Os braços do sistema utilizam datas como essa com patético apelo emocional fazendo uma ligação entre afeto e amor com perspectivas materiais. 
São milhões que vivem no senso comum sem consciência crítica sendo cooptados pela podre lógica capitalista. O amor do filho passou a ser medido pelo valor do presente dado.
Essas pessoas não percebem que como pano de fundo há a intenção de tornar apenas esse dia como aquele em que devemos lembrar da mãe. Ao focar uma data, o lucro nas compras de presentes é maior do que deixar que todos acreditem que o ano inteiro a mãe deve ser lembrada e celebrada. Mas aí, a arrecadação se dilui.
Hoje é o dia de apenas uma mãe. A mãe mercado!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

MÚSICA DO DIA

Morreu Jair Rodrigues, uma das mais importantes vozes da música popular brasileira. Com um extenso repertório, "Disparada" vencedora do Festival da TV Record em 1965 (dividindo o primeiro lugar com "A Banda" de Chico Buarque) foi um dos hinos contra a ditadura militar marcando um período de resistência e luta pela liberdade.


DISPARADA
Letra de Geraldo Vandré
Música de Theo de Barros


Prepare o seu coração pras coisas que eu vou contar
Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar


Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar
E a morte o destino tudo, a morte o destino tudo
Estava fora de lugar, eu vivo pra consertar


Na boiada já fui boi, mas um dia me montei
Não por um motivo meu ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade
Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu


Boiadeiro muito tempo, laço firme, braço forte
Muito gado, muita gente pela vida segurei
Seguia como num sonho e boiadeiro era um rei
Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo
E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando
As visões se clareando, até que um dia acordei


Então não pude seguir, valente, lugar tenente
E o dono de gado é gente, porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente


Se você não concordar não posso me desculpar
Não canto pra enganar, vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar


Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu


Mas o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte, de um reino que não tem rei

Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu, querer mais longe que eu


Mas o mundo foi rodando, nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei, agora sou cavaleiro
Laço firme, braço forte, de um reino que não tem rei!