A presidenta da República Dilma Rousseff compareceu ao evento de aniversário da Folha de São Paulo na noite da última segunda-feira. O "jornal" completou 90 anos. Como chefe de Estado é compreensível a sua presença em respeito a uma das maiores empresas de comunicação do país. Mas que empresa e que comunicação são essas?
De imediato, a resposta que está na ponta da língua surge: é uma empresa pertencente à monarquia midiática tupiniquim (um grupo de meia dúzia de famílias que monopolizam desde sempre a comunicação social brasileira).
Diante disso seria razoável que a presidenta em seu discurso, ao parabenizar a empresa pela data, fosse para além das afirmações de exaltação a um período de liberdade de imprensa conquistado após décadas sombrias da ditadura militar como se a Folha fosse referência para esses dois temas.
Prezada Presidenta, a Folha é referência para o governo militar como um órgão de imprensa que apoiou o golpe em 1964 e, como se isso não bastase, emprestou seus carros para utilização dos torturadores do DOPS.
Com o fim da ditadura, a realeza midiática simplesmente manteve a porta fechada para uma comunicação social democrática onde a manutenção do monopólio (em que a Folha está incluída) apenas se fortaleceu com a troca de interesses econômicos e políticos com o poder estabelecido.
Vale lembrar algumas passagens inclassificáveis dessa empresa praticando o desserviço à informação como nos casos, dentre outros, do editorial afirmando que o Brasil não teve uma ditadura mas apenas uma "ditabranda" e na invenção de uma ficha falsa de Dilma que supostamente havia sido descoberta nos arquivos dos torturadores do DOPS.
Dilma não esteve apenas em uma comemoração mas numa verdadeira cova de leões mas, o que mais chamou a atenção, foi a sua posição em afirmar que, assim como a Folha e sua "tchurma", ela também é contra a censura e que a imprensa tem que ser livre a qualquer custo. Me pareceu um posicionamento equivocado uma vez que ela estava diante daqueles que censuram e não respeitam a imprensa livre. Publicam diariamente matérias de acordo com seus interesses comerciais e políticos sem qualquer preocupação com a pluralidade e o contraditório efetivamente.
É difícil compreender que um governo dito popular e que é continuidade do governo Lula que por sua vez sempre lembra que em seus oito anos jamais precisou almoçar com dono de jornal tenha ido em peso prestigiar a Folha que possui deplorável histórico.
Ao final, fica claro que a mídia ainda é o grande poder a ponto de agir de forma irresponsável com a comunicação social brasileira desde sempre e ainda receber elogios da chefe da nação.
Alguém ainda duvida da necessidade da criação da Lei de Mídia?
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Estela errou, grave erro cometeu Dilma. Melhor seria o silencio. Sua presença foi um soco na cara dos que lutaram por sua eleição, contra todas as mentiras espalhadas pela "midia" nacional partidarizada. Não mereciamos, Estela. Não mereciamos...Dilma.
ResponderExcluirAh que saudade do companheiro de SBC
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