sexta-feira, 29 de julho de 2011

PASSANDO O BRASIL A LIMPO



Da Caros Amigos

Merlino: Testemunhas de ação contra Ustra reafirmam sua participação nas torturas

Nesta quarta-feira, dia 27/07, aconteceu a audiência das testemunhas da ação movida contra o coronel Brilhante Ustra, acusado de ser responsável pela tortura e assassinato do jornalista e militante Luiz Eduardo Merlino, ocorrido em julho de 1971. A Caros Amigos preparou uma cobertura especial da audiência, acompanhe abaixo as notícias enviadas por nossa equipe diretamente do Fórum.

Participaram: Bárbara Mengardo, Gabriela Moncau, Lúcia Rodrigues, Paula Salati, Otávio Nagoya, Luciana Araújo e Débora Prado

O Tribunal de Justiça de São Paulo ouviu nesta quarta-feira, 27 de julho, as testemunhas que presenciaram a tortura e morte do jornalista Luiz Eduardo Merlino, em audiência da ação movida por sua família contra o coronel reformado do Exército Brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra

Ao final da sessão, a ex-companheira do jornalista, Ângela Mendes de Almeida, declarou que a Audiência “foi um passo importante, pois conseguimos que as testemunhas falassem, depois de muitas tentativas. As pessoas que depuseram ofereceram um quadro geral importante da história de tortura de Merlino. Estou bastante aliviada.”

Depuseram sobre o crime o o ex-ministro da Secretaria Especial de Direitos Humano Paulo de Tarso Vanucchi, o historiador e escritor Joel Rufino dos Santos e ex-militantes do POC (Partido Operário Comunista), organização na qual Merlino militava, como Eleonora Menicucci de Oliveira, Laurindo Junqueira Filho, Leane de Almeida e Otacílio Cecchini. Merlino foi torturado e assassinado em São Paulo, em julho de 1971, nas dependências do Doi-Codi, centro de tortura comandado por Ustra entre outubro de 1969 e dezembro de 1973. A audiência aconteceu no mês em que se completam 40 anos do assassinato do jornalista.

A audiência teve início por volta das 15h e terminou às 16h20. Somente testemunhas, familiares e advogados puderam entrar na sala em que ocorreu a sessão. Todos os relatos das testemunhas apontaram Ustra como responsável das torturas a Merlino.

Segundo o advogado do Grupo Tortura Nunca Mais, Lúcio França, que acompanhou a sessão, a primeira testemunha a depor foi Eleonora Menucci. Ela afirmou que viu Ustra no momento da prisão de Merlino e que assistiu às torturas feitas ao jornalista. Segundo ela, Ustra era comandante das torturas e as autorizava com sinais. Ela disse também que o jornalista ficou na cela 1 do Doi-Codi e era companheiro do artista plástico Guido Rocha. Laurindo Martins, que também esteve preso no Dói-Codi, confirmou a participação de Ustra e afirmou que Merlino chegou a relatar ao companheiro que o militar conduzia suas torturas.

As testemunhas de defesa arroladas por Ustra foram ouvidas por carta precatória. Entre eles, estão o senador e ex-presidente José Sarney, o ex-ministro Jarbas Passarinho, um coronel e três generais da reserva do Exército Brasileiro, Gélio Augusto Barbosa Fregapani Paulo Chagas, Raymundo Maximiano Negrão Torres e Valter Bischoff.

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