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sexta-feira, 4 de março de 2016

O PAI DA VERDADE É A HISTÓRIA E NÃO A AUTORIDADE

Porta do Instituto Lula registra a farsa da democracia brasileira

Dos Advogados para a Democracia

Neste 4 de março, o país assistiu ao avanço mais antidemocrático e reacionário registrado nos últimos tempos.

Diante de um cenário hipócrita e miserável sob o ponto de vista das relações institucionais e de poder um ex-presidente foi levado a depor coercitivamente pela Polícia Federal sem embasamento legal para tanto. A democracia brasileira assistiu a um sequestro realizado pelo Estado.

Com a celebração dos velhos donos do país e da oposição, tristemente, representada pelo Partido da Imprensa Golpista com tal ação, o Estado Democrático de Direito foi golpeado fortemente.

É inadmissível que a lei seja seletiva e processos investigatórios não possuam qualquer privacidade fazendo nascer promiscuidade entre o judiciário e a velha e golpista imprensa.  

A presunção de inocência foi deixada de lado e a espetacularização pejorativa do Estado brasileiro prevaleceu mais uma vez. E tudo com a conivência e participação não apenas do PIG mas também de setores entreguistas da elite bem como do próprio governo, dos inocentes úteis e ignorantes.

O próximo passo é derrubar a presidenta eleita com os votos de 54 milhões de brasileiros.

Mais um golpe, como em outros tristes momentos da nossa história, está definitivamente lançado com as mesmas nefastas características fascistas.

Tudo referente à Lula, Dilma e ao Partido dos Trabalhadores é sinônimo de ódio, preconceito, discriminação e fascismo. Para os golpistas esse pessoal não pode continuar vencendo eleições no voto democrático!

A miséria dessa conclusão é que os que fomentam, lutam, gritam, buzinam, batem panelas e se manifestam pelo golpe não conseguem enxergar que tal ação se voltará mais cedo ou mais tarde contra o país inteiro, inclusive eles.

O rompimento da legalidade não apresenta limites e o Estado passa a ser de exceção promovendo julgamentos e condenações sem que o devido processo legal seja respeitado. 

Diante desse fato, os cidadãos conscientes, responsáveis e que tem compromisso com o futuro do país não podem permanecer inertes. Se realmente os brasileiros querem acabar com a corrupção é necessário que se movimentem no sentido de defender a nossa democracia e o governo legitimamente escolhido pela maioria.

Caso contrário continuaremos assistindo a nossa nação achincalhada e desrespeitada pelos próprios brasileiros.  
A república não é do Moro e de seus desatinos e ilegalidades. Muito menos de FHC e sua turma com a compra de votos para a reeleição e a privataria tucana; de Aécio com seu "helipóptero" e a pista para pousos e decolagens de aviões construído com dinheiro público em fazenda da sua família; de Alckmin do "trensalão" e da máfia da merenda nas escolas; de Maluf procurado pela Interpol; de Cunha e suas contas offshore na Suíça; e tantos outros nefastos representantes, fatidicamente, eleitos.

A República Federativa do Brasil precisa ser definitivamente dos brasileiros. A passividade nesse momento poderá fazer com que o país retroceda socialmente diante das conquistas dos últimos anos.

Partidos políticos e representantes eleitos não podem ser vistos como times de futebol sob pena rigorosa da história na vida de todos nós.

Coletivo Advogados para a Democracia

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O VELHO ANO NOVO


Prestes a completar um mês, o ano de 2015 teve um início nada inovador. Depois de pular as 7 ondinhas (FELIZ ANO NOVO PRESIDENTE!), Dilma e o Partido dos Trabalhadores seguem à risca os pedidos feitos na chegada do ano novo.

Com o "paz e amor" mais forte do que nunca, o governo federal deu importante guinada à direita em nome do que ele chama de "governabilidade" e não foi só em Brasília.

Na capital paulista o prefeito petista Fernando Haddad, seguindo os mesmos passos, resgatou Gabriel Chalita para a vida pública colocando o tucano, que agora está no PMDB, na pasta da educação do município.

Depois de um período no ostracismo, com denúncias de corrupção, eis que os braços fortes da interminável "governabilidade" petista ressuscita essa figura da nova geração de representantes do povo revestida do espírito neoliberal. O mesmo que há alguns anos foi criticado por Haddad quando era ministro da educação e Chalita, pelo menos afirmava ser, secretário da deseducação tucana em São Paulo.

Para além da "governabilidade" está o mapa da disputa eleitoral municipal uma vez que infelizmente, novamente fica claro, que o PT se tornou uma grande máquina de vencer eleições assim como todos os outros partidos e diante disso vale tudo até se juntar com a escória caso seja necessário. Vide a escolha da presidente por Kátia Abreu para o ministério da agricultura, só para citar mais um exemplo nefasto.  

Muitos descontentes com a perda de parâmetros e de seus princípios ideológicos estão deixando o Partido que outrora efetivamente foi dos Trabalhadores.

Marta Suplicy faz parte dessa ala. Descontente com a triste realidade do seu partido, deixou o governo (e pensa em sair do PT) fazendo críticas a ele e entre inúmeras afirmações acredita que se o partido não mudar ele irá acabar. Há quem afirme que ele já acabou não havendo como restaurá-lo. 

Diante dessa atitude, os cegos do castelo(*) chamam Marta de traidora além de outros xingamentos e o PIG, fazendo o jornalismo de esgoto que pauta toda a sua história, tenta usá-la para enfraquecer o governo que por sua vez não tem qualquer postura efetiva no sentido de democratizar os meios de comunicação desde 2002. Uma verdadeira geleia geral! 

O fato é que Marta, independente de interpretações acerca da atitude que teve, não deixa de ter muita razão em vários aspectos. É preciso refletir e agir urgentemente caso ainda exista alguém com interesse de retirar o PT do processo de tucanização em que entrou. Trata-se de um paciente em coma profundo à espera de um milagre.

Já o Estado de São Paulo vive os seus melhores dias de seca mas não só de água. A educação está sedenta por dignidade. A falta de água é uma realidade desde antes das eleições e agora os paulistas vão ter que beber merda e arrotar peido.

A precariedade da deseducação tucana ficou ainda maior com verbas cortadas para gastos básicos nas escolas como por exemplo para compra de papel higiênico. Além disso, salas de aula fechadas, alunos amontoados naquelas que ainda existem, muitos professores desempregados e o pior, sem nenhuma explicação. 

O Tucanistão do rei Geraldo Alckmin nunca esteve tão bem administrado. São mais de vinte anos de desgoverno e agora mais quatro com um resultado estrondoso de reeleição tranquila no primeiro turno (IMAGEM DO DIA e FRASE DO DIA).

E assim caminha a sociedade cada dia mais desumanizada sob a pauta dos interesses do carcomido e corrupto sistema capitalista.

Antes que eu me esqueça, eu não sou Charlie mas apenas um cidadão que nega a acomodação no senso comum e na sua promoção pela cegueira social.

*Cegos do castelo é a denominação dada por este blogueiro àqueles que se negam a reconhecer erros do governo federal flertando com a cegueira, ignorância, senso comum, preconceito e ódio.

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

FELIZ ANO NOVO PRESIDENTE!


Ilustríssima Presidente Dilma,

neste último dia do ano resolvi lhe escrever breves palavras de felicitações por sua reeleição e preocupação com os movimentos sociais e também com a comunicação social, dentre outros temas fundamentais para que o nosso país se torne socialmente justo. Áreas amplamente lembradas nos últimos quatro anos e certamente ainda mais durante o seu próximo governo que será mais progressista, especialmente, com o novo ministério muito bem selecionado por Vossa Excelência.

Aproveito para sugerir pensamentos positivos quando o novo ano chegar e pedir, para o bem da nação, que a senhora não se esqueça de pular as sete ondinhas nesta madrugada. Nunca é demais uma fezinha, ela sempre acaba ajudando mesmo alguém como você que não precisa de ajuda.

A ideia é: a cada onda pulada fazer um pedido para que ele ocorra no ano que acabou de nascer. Como já funcionou comigo, acredito que com a Presidente do Brasil também funcione. No seu caso, a maioria dos pedidos talvez seja para reforçar o que vai muito bem.

Depois de um enorme esforço dos poucos neurônios que esse blogueiro possui, enquanto um simples mortal, cheguei a pequena lista abaixo. Acredito que irá ajudar:

1º pulo: Que o Joaquim Levy continue sendo no Ministério da Fazenda um homem preocupado com os interesses da maioria da população, especialmente, os assalariados deixando para trás o foco nos interesses dos bancos, aqueles que injustamente os comunistas costumam afirmar serem criminosos que agem dentro da legalidade praticando cobrança de juros astronômicos e agiotagem, dentre outras altruístas ações. Quanta bobagem! Além de comerem criancinhas essa turma vermelha certamente cansa a sua beleza mas nada que irá abalar uma estadista como a senhora.

2º pulo: Que o Kassab demonstre no Ministério das Cidades a mesma desenvoltura que demonstrou quando foi prefeito de São Paulo. É um homem revestido do espírito público e terá uma oportunidade única de ampliar a experiência que guardou durante os quatro anos em que, com absoluta competência e visão social, administrou a capital paulista. Seu nome é sinônimo de honestidade e transparência. Incrível escolha!

3º pulo: Na educação que ninguém lembre o que Cid Gomes afirmou há três anos, quando era governador do Ceará e enfrentava uma greve dos professores da rede estadual, que "Quem entra em atividade pública deve entrar por amor, não por dinheiro" e "Quem está atrás de riqueza, de dinheiro, deve procurar outro setor e não a vida pública". O povo nunca teve memória e não seria agora que ela surgiria e muito menos o questionamento se ele como governador abriria mão dos seus vencimentos. Escolha pedagógica!

4º pulo: Na agricultura que o mesmo ocorra com a Kátia Abreu. Mulher com visão progressista comprovada ao receber há alguns anos o troféu motosserra de ouro por ser líder da bancada ruralista no congresso. Aquela mesma que realiza desmatamentos Brasil afora acabará efetivando sua forma de ver a reforma agrária e demarcações de terras indígenas realizando de forma ampla as duas urgentes demandas como jamais se viu.  Vai na fé que a fé não costuma falhar!

5º Pulo: Que a escolha de Juca Ferreira na Cultura seja vista de forma positiva e ousada. Afinal, colocar um sociólogo como ministro poderá criar descontentamento principalmente dos aliados do governo PT desde a carta ao povo brasileiro lá em 2002 um pouco antes de Lula ter sido eleito pela primeira vez. Não se preocupe Presidente, os críticos não sabem o que dizem! Governabilidade acima de tudo. De tudo mesmo!

6º pulo: A comunicação social precisa continuar sendo plural e sem agredir a Constituição Federal. Thomas Traumann que continuará na pasta será fundamental para isso. Sem nenhum trauma será uma das forças para a manutenção do status quo junto com Ricardo Berzoini no Ministério das Comunicações. Esse papo socialista de democratização dos meios de comunicação é tentativa de se criar novamente a censura que a senhora viu tão de perto durante a ditadura. O governo federal continuará repassando milhões por ano para o que os do contra chamam de oligopólio midiático ou PIG (Partido da Imprensa Golpista). Entre os beneficiários desses repasses está a editora abril dona da revista Veja, a mesma que mais uma vez na eleição tentou lhe desqualificar enquanto candidata e a senhora corretamente agiu afirmando que iria processar a publicação dos Civita. Atitude firme e de grande eficácia! Não dê ouvidos aos tais “blogueiros sujos”(apelido dado por um tucano ex-candidato derrotado à presidência se referindo aos blogs que se propõem a lutar pela democracia midiática brasileira) afinal eles não ajudam em nada, pelo contrário, só atrapalham. O que seria da sua candidatura e do PT sem o que eles chamam de PIG?

7º pulo: Que a sociedade esqueça o relatório da Comissão da Verdade sobre os crimes cometidos pela ditadura e tudo fique como simples pesquisa histórica do nosso país. O seu governo já foi longe demais com isso. Só não esqueça de chorar quando o tema for tratado em público. As lágrimas revigoram qualquer governo, especialmente, um com o perfil fortemente social como o seu.

Por fim, como seu eleitor, me despeço cordialmente com a alegria de assistir e comemorar pelas ruas de Brasília à sua segunda posse debaixo de forte sol sabendo que nos salões refrigerados da capital da república estarão comemorando ao seu lado com banquetes e muito champanhe além dos que citei tantos outros ministros que representam a maioria do nosso povo prontos para iniciar os trabalhos do novo governo, com novas ideias e o amplo diálogo com a sociedade.


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sábado, 25 de outubro de 2014

AMANHÃ É SIMPLES ASSIM

Neste domingo (26/10) os brasileiros irão às urnas para escolher quem governará o país nos próximos quatro anos.

Diante dessa decisão, uma das mais importantes para a democracia, vale realizar uma breve reflexão sobre os dois projetos que se apresentam.

Vejo que ambos possuem lógicas e referências parecidas no que se refere à manutenção do sistema capitalista desumano ao qual somos submetidos, especialmente, os menos favorecidos.

A partir dessa constatação, analisemos o quadro. 

De um lado temos o Partido dos Trabalhadores com origem no movimento operário fundado em 1980 e no poder há 12 anos buscando mais uma vez a reeleição. Durante este período, implementou no país políticas de distribuição de renda pautadas por uma lógica econômica de Estado capitalista fazendo com que a inclusão social surgisse como nunca se viu em nosso país.
Trata-se de uma forma de criar mecanismos de proteção diante da lógica violenta do sistema aos que sempre estiveram à margem da sociedade. E esse projeto pretende seguir avançando sob essa ótica.

Do outro lado temos o Partido da Social Democracia Brasileira fundado em 1988 com referências europeias de atuação institucional defendendo o parlamentarismo como caminho possível. Junto a isso acredita no neoliberalismo onde o Estado mínimo deve prevalecer e as privatizações também sem preocupação com efetivos programas de assistência social. Ele atua na lógica da meritocracia sem qualquer proteção aos menos favorecidos e muito menos à diminuição da distância entre  ricos e pobres para a sobrevivência na selva do sistema econômico. Ou seja, cada um por si e o Deus Mercado por todos. Este, por sua vez, se apresenta soberano sem qualquer preocupação com desdobramentos sociais causados pelos seus interesses particulares.

Ao final dessa simples reflexão, apesar de não contemplar o que acredito ser o melhor para o meu país diante da inexistência de um projeto emancipatório de nação e de um sistema alternativo diante da perversidade imposta pela desigualdade, escolho o primeiro projeto enquanto cidadão consciente, que busca pesquisar a história da nossa nação sem ódio, sem fanatismo e fora do senso comum.

Que, amanhã, a maioria do povo brasileiro escolha pela continuação do avanço social jamais visto em nosso país.

É Dilma! É 13!

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terça-feira, 21 de outubro de 2014

AGORA É DILMA!

 

Vivemos um processo histórico de construção democrática onde foi possível constatarmos durante os últimos 12 anos melhorias sociais importantes alinhando o Estado Brasileiro  pouco mais próximo ao tão sonhado país sem desigualdade e efetivamente democrático.

Ainda há muito a fazer mas não podemos retroceder. Votamos, neste segundo turno, pela reeleição da Presidente Dilma Rousseff, por seu histórico de luta pelas liberdades democráticas ainda no período da fatídica ditadura civil-militar, por ter um programa de governo que, pelo menos, diminui a agressividade do desumano sistema ao qual estamos submetidos especialmente aos menos favorecidos e por sua honestidade.

Votamos na crença de que as reformas se tornem mudanças e que elas se iniciem no campo da representatividade política.

Votamos por um país cada vez mais igualitário e justo.

Votamos por mais acesso à educação em qualquer nível de escolarização.

Votamos para que o STF siga independente como efetivamente foi nos últimos 12 anos, fato nunca antes visto em nosso país apesar dos graves erros cometidos por essa Corte.

Votamos pela continuidade da atuação da Polícia Federal que nunca trabalhou tanto como no atual governo. Ela precisa seguir independente bem como o Ministério Público e os Tribunais de Contas.

Votamos pela liberdade de expressão e pela democratização dos meios de comunicação. Apesar do atual governo falhar nesse ponto seguimos lutando por essa pauta absolutamente necessária.

Votamos pela defesa da nossa lei Maior, a Constituição Federal de 1988.

Votamos pela luta dos movimentos sociais e dos Direitos Humanos.

Votamos pela diversidade e o reconhecimento do Direito à Diversidade Sexual.

Votamos pelo debate aberto com a sociedade sobre o direito ao aborto.

Votamos pela construção de escolas, clubes e bibliotecas públicas ao invés de presídios e contra a redução da maioridade penal.

Votamos no governo que criou a Lei de Acesso à Informação e o Marco Civil da Internet,  a Lei da Comissão Nacional da Verdade, a Lei das Parcerias entre Administração Pública e Organizações da Sociedade Civil.

Votamos pelas Defensorias Públicas estruturadas e autônomas bem como os Centros de Conciliação espalhados pelo país desentupindo as veias do judiciário.

Votamos pela defesa da liberdade religiosa em um Estado Laico sem tergiversações.

Votamos pela continuação dos inúmeros programas sociais para que a miséria, o analfabetismo, a falta de atendimento à saúde e a falta de moradia sejam erradicados.

Votamos pela continuidade do fortalecimento da nossa economia e controle da inflação.

Votamos por uma América Latina unida e forte que deixou de lado, nos últimos anos, o complexo de vira-lata.

Votamos pela não privatização da Petrobras, pela manutenção do pré-sal sob domínio brasileiro, do Banco do Brasil, das Universidades Federais e demais entidades estrategicamente fundamentais para a nossa nação.

Nós, membros dessa jovem Associação de Direitos Humanos, optamos pela continuidade do crescimento social em nosso país, certos de que esse processo será ampliado fazendo com que o ódio, a ignorância e o conservadorismo reacionário presentes por mais de 500 anos em nossa história sejam derrotados, mais uma vez, pela vontade da maioria do povo brasileiro.

VOTAMOS DILMA! VOTAMOS 13!


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

sábado, 16 de novembro de 2013

A EXCEÇÃO SUPREMA


Do COADE

O Supremo Tribunal Federal confirmou, em pleno feriado da Proclamação da República, que o judiciário brasileiro está longe de entender o significado da expressão República Federativa do Brasil.

No uso irresponsável de suas atribuições, aceitando imposições do poder midiático e da ala conservadora que desde sempre se encontra no status quo, fez com que cidadãos brasileiros fossem condenados, sem provas, e encarcerados no promovido e espetacularizado caso "mensalão".

Alguns detalhes chamam a atenção:

No caso de vários condenados, não precisou existir dinheiro público para a existência de "crime de desvio de dinheiro público", aliás sequer precisou existir desvio. Nesses mesmos casos não se verifica o perfil tradicional daqueles que formam quadrilhas para o enriquecimento ilícito, compra de carros de luxo, mansões e a existência de contas, empresas e apartamentos no exterior.

Outro dado relevante é a estranha rapidez e com o foco em lideranças de um partido, no caso o Partido dos Trabalhadores. Mesmo com outras denúncias de corrupção envolvendo outros partidos políticos distribuídas anteriormente (como o caso do "mensalão mineiro", por exemplo, onde apenas o deputado Eduardo Azeredo do PSDB, ex-governador, e o senador Clésio Andrade do PMDB serão julgados pelo Supremo), os petistas foram julgados antes e sem a possibilidade de desmembramento no processo (justamente o inverso do que ocorreu com o caso de Minas).

As decisões do Supremo foram sempre pontuais com relação a proximidade de eleições. Este ano, o Excelentíssimo Presidente do STF escolheu  a data simbólica de 15/11 (Proclamação da República) para decretar a prisão de 12 envolvidos. Fica inequívoca a existência de incríveis "coincidências" .

O uso irresponsável da Teoria do Domínio do Fato deixou clara a necessidade e urgência de tais condenações mesmo sem qualquer comprovação contra os acusados. O STF dispensou a produção de provas (até porque elas não existiam), bastava que o acusado estivesse à época em algum cargo superior ou de confiança para que configurasse crime. A absurda conclusão de que se o acusado estava por perto, certamente tinha conhecimento dos atos. José Genoíno, por exemplo, foi condenado por um crime inexistente: assinar um empréstimo feito pelo partido, não importando que tal empréstimo tenha sido quitado ao longo do tempo, bem como considerado legal pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Na dosimetria das penas, o STF foi protagonista de outro espetáculo patético. O cálculo, que pela lei deve ser feito segundo a extensão e intensidade do crime, não ocorreu porque não havia prova da existência do crime. Não existia pena explícita, daí sucedeu-se a um contorcionismo para a definição do quantum da pena com base em meros indícios, sem a menor previsão legal.

O STF criou a figura, que seria cômica senão fosse trágica, do processo "transitando em julgando" no qual os Réus que possuem recursos pendentes sejam imediatamente condenados e presos. Esperava-se que a prisão só fosse decretada  após o transito em julgado para os Réus que interpuseram esses recursos já que a condenação pode ser revertida ou a pena reduzida.

Estamos diante de uma decisão digna de um Estado de exceção como nos períodos ditatoriais, infelizmente vividos pelos brasileiros onde não havia possibilidade de habeas corpus, pessoas eram condenadas sem provas mas apenas com base em desconfianças ou testemunhos de desafetos.

Não restam dúvidas de que este julgamento entra para a história como a maior aberração do judiciário brasileiro, pois nele os culpados foram selecionados a dedo, os critérios e regras de julgamento foram moldados para conduzir à condenação de cada um deles, sem provas, sem direitos, ferindo vários princípios consagrados, não só na Constituição Federal, mas em diversos tratados internacionais ratificados pelo Estado brasileiro.

Repudiamos o ataque promovido pela maior Corte do país ao Estado Democrático de Direito.

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quinta-feira, 9 de maio de 2013

MAIS UMA DO PT PAZ E AMOR

Perplexos e incrédulos ficam aqueles que conhecem a história do nosso país!

A notícia não é de última hora mas, mesmo com certo atraso, esse blogueiro não poderia deixar de escrever sobre o lamentável fato.

Me refiro a declaração vil de um ministro vil. Trata-se de Aloizio Mercadante (ministro da educação) ao escrever no dia 26 do mês findo no jornalão Folha de São Paulo um pequeno texto em defesa do empresário e dono da publicação Octavio Frias de Oliveira (1912-2007) que foi citado pelo ex-delegado da Polícia Civil, dos tempos da ditadura militar, Cláudio Guerra em denúncia feita ao vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo.

Guerra afirmou que Frias participou de atrocidades durante a ditadura. Revelou que ele visitava com frequência o Dops (Departamento de Ordem Política e Social), leia-se o centro de torturas, sequestros e mortes e que a Folha colaborou financeiramente e logisticamente ao emprestar carros de distribuição de jornais aos órgãos da repressão.

O denunciante afirmou: “O Frias visitava o Dops constantemente. Isso está registrado.”

Diante disso, Mercadante não demorou para se manifestar de forma patética:

A Folha publicou notícia de que o empresário Octavio Frias de Oliveira visitou frequentemente o Dops e era amigo pessoal do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão.
A denúncia partiu do ex-agente da repressão, Cláudio Guerra. Recebi a informação perplexo e incrédulo. Especialmente porque militei contra a ditadura militar na dura década de 70 e tive a oportunidade de testemunhar o papel desempenhado pelo jornal, sob o comando de “seu Frias”, na luta pelas liberdades democráticas.
A coluna de Perseu Abramo sempre foi referência da luta estudantil nos dias difíceis de repressão. A página de “Opinião” abriu espaço para o debate democrático e pluralista. A Folha contribuiu decisivamente para a campanha das Diretas Já.
Ao longo desses 40 anos de militância política, mesmo com opiniões muitas vezes opostas às da Folha, testemunho que o jornal sempre garantiu o debate e a pluralidade de ideias, que ajudaram a construir o Brasil democrático de hoje.
E “seu Frias” merece, por isso, meu reconhecimento. Acredito que falo por muitos da minha geração.
Aloizio Mercadante, ministro de Estado da Educação (Brasília, DF).

A manifestação beira o ridículo pelo fato de que até a própria Folha reconhece o apoio ao regime de exceção. Vale lembrar que todo o oligopólio midiático (PIG) que existe, até hoje, apoiou o golpe em 1964 e que essa colaboração financeira e logística não ocorreu apenas por parte de Frias mas pela maioria do empresariado paulista, comprovadamente. A Ultragaz, apenas para citar um exemplo, agiu da mesma forma na pessoa do seu presidente à época, Henning Albert Boilesen (1916-1971).

É vergonhoso e assustador verificar que a manifestação é absolutamente descompassada com os fatos registrados pela história e que ela não tenha sido feita por algum barão da mídia ou milico de plantão mas por um ministro da educação, membro de um governo que se apresenta, teoricamente, progressista, fundador do Partido dos Trabalhadores e que historicamente se mostrou preocupado com os problemas sociais do nosso país.

A explicação para essa asquerosa defesa talvez esteja na submissão ao PIG daqueles que estão no comando do PT há décadas. Os donos do partido completarão doze anos no poder institucional do país e não houve até o momento qualquer avanço significativo sobre a questão da existência do criminoso oligopólio midiático. Tema fundamental para que exista a convivência democrática na sociedade brasileira.

Mercadante apenas segue os passos de Lula que chegou ao absurdo de afirmar na morte de Roberto Marinho (colaborador do golpe com o jornal "O Globo", fundador da Tv Globo durante e com o apoio do governo militar e principal alicerce do PIG) que "ali se ia um grande brasileiro, merecedor de três dias de luto oficial".

Diante desse cenário, o luto deve ser ao PT com muita "paz e amor".

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A TRAIÇÃO DO PT

 
O texto abaixo foi escrito por Mino Carta e retrata a situação em que vive o Partido dos Trabalhadores. Trata-se de um texto esclarecedor e que diagnostica o cenário atual. Há algum tempo afirmo que se o comando deste, importante, partido para o Brasil não for mudado, ele caminha a passos largos rumo ao abismo.

Da Carta Capital.

Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.

Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.

A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.

Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideo­logia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.

O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.

Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.

Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.

O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?

Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, ­obrigados, certamente, a não descansar em paz.

Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A FESTA DA HIPOCRISIA. E TEM MAIS...

 

O PIG celebrou na última quarta-feira (e continua celebrando), a sua vitória no julgamento do processo chamado de "mensalão" realizado, primeiro por ele e posteriormente, pelo STF. 

O ex-ministro José Dirceu, inimigo público da imprensa golpista, foi condenado como articulador de um suposto esquema de pagamentos a líderes de partidos aliados.

O assustador é que não há como comprovar que o "mensalão" não passou de mais uma simulação realizada pelos criminosos meios de comunicação que existem no país.

A maioria dos que compõem a maior corte da justiça brasileira simplesmente inverteu o ônus da prova seguindo a lógica do quarto poder colocando acusados, a princípio, como culpados. Ouviram o clamor do oligopólio midiático e condenaram segundo suposições, cidadãos brasileiros que para a Constituição Federal são inocentes até que se prove o contrário. Estamos diante de um julgamento político-miditático de exceção!

O PIG comemora a decisão como se ela representasse o surgimento de um país maduro que nega a corrupção e vende como heróis os integrantes do Supremo pelo cumprimento de suas funções institucionais. A mentira se tornou espetáculo!

A mentira que, inclusive, permeia historicamente a nação brasileira bem como os integrantes do ilegal oligopólio midiático. Trata-se de um pequeno grupo de empresas de comunicação que realizam o ato de "informar" a sociedade segundo os seus interesses polítcos e econômicos e com isso influenciam não apenas a opinião pública mas as instituições, inclusive, o STF que deveria se colocar como defensor da justiça analisando fatos e condenando ou absolvendo embasado em comprovações.

Outro fato explícito da relação promíscua entre meios de comunicação e o status quo, é a "coincidência" de datas entre as eleições municipais e a decisão tomada por aqueles que deveriam agir como magistrados.

Mais uma vez se verifica que a democracia burguesa segue forte em terras brasileiras. Nela tudo e todos são colhidos pelo triturador do poder econômico.

Na última quarta-feira assisti ao pronunciamento do Senador Suplicy sobre o fato. Eduardo fez questão de ler a carta de Miruna Genoíno sobre o seu pai, José Genoíno (também condenado). Um dos nomes mais importantes da história da nossa República se emociona, chora e o seu choro é o de todos os brasileiros que lutam por um país livre, sério, que respeite a dignidade do ser humano e descobrem que o Brasil está afundado na covarde lógica capitalista travestida de liberdade democrática.

Assista abaixo ao pronunciamento:



 Honestidade e dignidade não se negocia! Esse é Suplicy.
Imagem registrada em São José dos Campos no mês de março de 2012 na luta pelo povo de Pinheirinho. Orgulho e respeito sempre!

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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

A ESPETACULARIZAÇÃO E A IDEOLOGIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO

 

A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz de outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Ouvem-se no plenário ecos vindos da Casa Grande, que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa.

É com muita tristeza que escrevo este artigo no final da tarde desta quarta-feira, após acompanhar as falas dos ministros do Superemo Tribunal Federal. Para não me aborrecer com e-mails rancorosos vou logo dizendo que não estou defendendo a corrupção de políticos do PT e da base aliada, objeto da Ação Penal 470 sob julgamento no STF. Se malfeitos foram comprovados, eles merecem as penas cominadas pelo Código Penal. O rigor da lei se aplica a todos.

Outra coisa, entretanto, é a espetacularização do julgamento transmitido pela TV. Ai é ineludível a feira das vaidades e o vezo ideológico que perpassa a maioria dos discursos.

Desde A Ideologia Alemã, de Marx/Engels (1846), até o Conhecimento e Interesse, de J. Habermas (1968 e 1973), sabemos que por detrás de todo conhecimento e de toda prática humana age uma ideologia latente. Resumidamente, podemos dizer que a ideologia é o discurso do interesse. E todo conhecimento, mesmo o que pretende ser o mais objetivo possível, vem impregnado de interesses.

Pois, assim é a condição humana. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. E todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Isso é inescapável. Cabe analisar política e eticamente o tipo de interesse, a quem beneficia e a que grupos serve e que projeto de Brasil tem em mente. Como entra o povo nisso tudo? Ele continua invisível e até desprezível?

A ideologia pertence ao mundo do escondido e do implícito. Mas há vários métodos que foram desenvolvidos, coisa que exercitei anos a fio com meus alunos de epistemologia em Petrópolis, para desmascarar a ideologia. O mais simples e direto é observar a adjetivação ou a qualificação que se aplica aos conceitos básicos do discurso, especialmente, das condenações.

Em alguns discursos, como os do ministro Celso de Mello, o ideológico é gritante, até no tom da voz utilizada. Cito apenas algumas qualificações ouvidas no plenário: o mensalão seria “um projeto ideológico-partidário de inspiração patrimonialista”, um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada” e um “bando criminoso”. Tem-se a impressão de que as lideranças do PT e até ministros não faziam outra coisa que arquitetar roubos e aliciamento de deputados, em vez de se ocuparem com os problemas de um país tão complexo como o Brasil.

Qual o interesse, escondido por detrás de doutas argumentações jurídicas? Como já foi apontado por analistas renomados do calibre de Wanderley Guilherme dos Santos, revela-se aí certo preconceito contra políticos vindos do campo popular. Mais ainda: visa-se a aniquilar toda a possível credibilidade do PT, como partido que vem de fora da tradição elitista de nossa política; procura-se indiretamente atingir seu líder carismático maior, Lula, sobrevivente da grande tribulação do povo brasileiro e o primeiro presidente operário, com uma inteligência assombrosa e habilidade política inegável.

A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz de outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Seu destino e condenação é a Planície. No Planalto poderia penetrar como faxineiro e limpador dos banheiros. Mas nunca como presidente.

Ouvem-se no plenário ecos vindos da Casa Grande, que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa. Dificilmente, se tolera que através do PT os lascados e invisíveis começaram a discutir política e a sonhar com a reinvenção de um Brasil diferente. Tolera-se um pobre ignorante e mantido politicamente na ignorância. Tem-se verdadeiro pavor de um pobre que pensa e que fala. Pois, Lula e outros líderes populares ou convertidos à causa popular como João Pedro Stedile, começaram a falar e a implementar políticas sociais que permitiram uma Argentina inteira ser inserida na sociedade dos cidadãos.

Essa causa não pode estar sob juízo. Ela representa o sonho maior dos que foram sempre destituídos. A Justiça precisa tomar a sério esse anseio a preço de se desmoralizar, consagrando um status quo que nos faz passar internacionalmente vergonha. Justiça é sempre a justa medida, o equilíbrio entre o mais e o menos, a virtude que perpassa todas as virtudes (“a luminossísima estrela matutina” de Aristóteles). Estimo que o STF não conseguiu manter a justa medida. Ele deve honrar essa justiça-mor que encerra todas as virtudes da polis, da sociedade organizada. Então, sim, se fará justiça neste país.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

SENADOR SUPLICY COBRA RESPOSTAS SOBRE O EPISÓDIO PINHEIRINHO

 

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) registrou, nesta quinta-feira (02), no plenário do Senado, cobrança feita ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobre as investigações dos abusos ocorridos em 22 de janeiro deste ano, na reintegração de posse da região de Pinheirinho, localizado em São José dos Campos (SP).

Do PT


“Mantive hoje cedo com o governador Geraldo Alckmin diálogo telefônico e disse a ele que estava no aguardo da rigorosa apuração que ele determinou sobre os episódios havidos por ocasião da ocupação da área do Pinheirinho pela Polícia Militar e pela Guarda Metropolitana de São José dos Campos”, disse Suplicy, que lembrou determinação do governador de São Paulo, para que houvesse “rigorosa apuração” dos abusos cometidos na ocasião.

O senador ainda destacou que teve a oportunidade de conversar com o Comandante-Geral da Polícia Militar de São Paulo e o Corregedor-Geral da Polícia Militar. De acordo com Suplicy, ambos disseram que a demora na investigação era devida à necessidade de um laudo que seria feito nos Estados Unidos da América.

“No entanto, estamos em agosto e já são passados mais de seis meses daqueles episódios. O novo comandante da PM me disse que o governador estava solicitando aquele relatório. Pois bem! O Governador me disse que tomará as providências. Agradeço, portanto, a atenção do Governador Geraldo Alckmin”, relatou Suplicy, que também disse ter manifestado ao governador seu desejo de conhecer o relatório para registrar o que de fato foi apurado e quais as medidas foram tomadas a respeito”, ressaltou Suplicy.

Drama
O senador Suplicy ainda lembrou que a desocupação do Pinheirinho desalojou mais de 1,5 mil famílias de suas residências. Essas pessoas tiveram os bens destruídos na ação policial e, até agora, a prefeitura de São José dos Campos não apresentou qualquer solução habitacional aos desalojados.
“É importante aqui registrar um apelo ao Prefeito Eduardo Cury e ao próprio Governador Geraldo Alckmin, para verificar as quantas anda essa situação das moradias, a fim de termos um balanço completo de todos aqueles episódios”, concluiu o senador.

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terça-feira, 19 de junho de 2012

A COERÊNCIA DE LUIZA ERUNDINA

 Foto registrada em 2011 durante o 1º BlogProgSP. Orgulho!

Luiza Erundina pulou fora! Após ser anunciada como candidata a vice-prefeita na chapa do PT tendo Fernando Haddad como candidato, o pragmatismo vergonhoso que passou a dominar grande parte do Partido dos Trabalhadores em anos eleitorais, ordenou que fosse feito uma solene aliança com Paulo Salim Maluf (ex-governador biônico de São Paulo, filhote da ditadura, corrupto, procurado pela Interpol, fora outras características peculiares dessa nefasta figura pública).
Coerente e com vergonha na cara, a Deputada não aceitou tal fato e comunicou há pouco que desiste de participar da chapa. Com isso, ela manda o PT, condescendente com estratégias de articulação política de uma democracia burguesa, para longe da sua inabalável dignidade com absoluta noção de tempo e espaço.
Talvez a solução para esse 'PT', seja colocar Maluf como vice de Haddad. Com a palavra, "Lulinha Paz e Amor".
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OBSCENA

 

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

O PODER PERMANENTE DE DERRUBAR GOVERNOS





Por Maria Inês Nassif, da Carta Maior

A corrupção do sistema político merece uma reflexão para além das manchetes dos jornais tradicionais. Em especial neste momento que o país vive, quando a nova democracia completou 26 anos e a política, que é a sua base de representação, se desgasta perante a opinião pública. Este é o exato momento em que os valores democráticos devem prevalecer sobre todas as discordâncias partidárias, pois chegou no limite de uma escolha: ou diagnostica e aperfeiçoa o sistema político, ou verá sucumbi-lo perante o descrédito dos cidadãos.

O país pós-redemocratização passou por um governo que foi um fracasso no combate à inflação, um primeiro presidente eleito pelo voto direto pós-ditadura apeado do poder por denúncias de corrupção, dois governos tucanos que, com uma política antiinflacionária exitosa, conseguiram colocar o país no trilho do neoliberalismo que já havia grassado o mundo, e por fim dois governos do PT, um partido de difícil assimilação por parcela da população. Nesse período, a mídia incorporou como poder próprio o julgamento e o sentenciamento moral, numa magnitude tal que vai contra qualquer bom senso.

Este é um assunto difícil porque pode ser facilmente interpretado como uma defesa da corrupção, e não é. Ou como questionamento à liberdade de imprensa, e está longe disso. O que se deve colocar na mesa, para discussão, é até onde vai legitimidade da mídia tradicional brasileira para exercer uma função fiscalizadora que invade áreas que não lhes são próprias. Existe um limite tênue entre o exercício da liberdade de imprensa na fiscalização da política e a usurpação do poder de outras instituições da República.

Outra questão que preocupa muito é que a discussão emocional, fulanizada, mantida pelos jornais e revistas também como um recurso de marketing, têm como maior saldo manter o sistema político tal como é. É impossível uma discussão mais profunda nesses termos: a escandalização da política e a demonização de políticos trata-os como intrinsicamente corruptos, como pessoas de baixa moral que procuram na atividade política uma forma de enriquecimento privado. Ninguém se pergunta como os partidos sobrevivem mantidos por dinheiro privado e que tipo de concessão têm que fazer ao sistema.

Desde Antonio Gramsci, o pensador comunista italiano que morreu na masmorra de Mussolini, a expressão “nenhuma informação é inocente” tem pontuado os estudos sobre o papel da imprensa na formulação de sensos comuns que ganham a hegemonia na sociedade. Gramsci já usava o termo “jornalismo marrom” para designar os surtos de pânico promovidos pela mídia, de forma a ganhar a guerra da opinião pública pelo medo.

No Brasil atual, duas grandes crises de pânico foram alimentadas pela mídia tradicional brasileira no passado recente. Em 2002, nas eleições em que o PT seria vitorioso contra o candidato do governo FHC, a mídia claramente mediou a pressão dos mercados financeiros contra o candidato favorito, Luiz Inácio Lula da Silva. Tratava-se, no início, de fixar como senso comum a referência “ou José Serra [o candidato tucano] ou o caos”.

Depois, a meta era obrigar Lula e o PT ao recuo programático, garantindo assim a abertura do mercado financeiro, recém-completada, para os capitais internacionais. Em 2005, na época do chamado “mensalão”, o discurso do caos foi redirecionado para a corrupção. Politicamente, era uma chance fantástica para a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a única alternativa para se contrapor a um líder carismático em popularidade crescente era tirar de seu partido, o PT, a bandeira da moralidade. A ofensiva da imprensa, nesse caso, não foi apenas mediadora de interesses. A mídia não apenas mediava, mas pautava a oposição e era pautada por ela, num processo de retroalimentação em que ela própria [a mídia] passou a suprir a fragilidade dos partidos oposicionistas. Ao longo desse período, tornou-se uma referência de poder político, paralelo ao instituído pelo voto.

Eleita Dilma Rousseff, a oposição institucional declinou mais ainda, num país que historicamente voto e poder caminham juntos, e ao que tudo indica a mídia assumiu com mais vigor não apenas o papel de poder político, mas de bancada paralela. Dilma está se tornando uma máquina de demitir ministros. Nas primeiras demissões, a ofensiva da mídia deu a ela um pretexto para se livrar de aliados incômodos, nas complicadas negociações a que o Poder Executivo se vê obrigado em governos de coalizão num sistema partidário como o brasileiro. Caiu, todavia, numa armadilha: ao ceder ministros, está reforçando o poder paralelo da mídia; em vez de virar refém de partidos políticos que, de fato, têm deficiências orgânicas sérias, tornou-se refém da própria mídia.

As ondas de pânico criadas em torno de casos de corrupção, desde Collor, têm servido mais a desqualificar a política do que propriamente moralizar a nossa democracia. Mais uma vez, volto à frase de Gramsci: não existe notícia inocente. O Brasil saído da ditadura já trazia, como herança, um sistema político com problemas que remontam à Colônia. O compadrio, o mandonismo e o coronelismo são a expressão clássica do que hoje se conhece por nepotismo, privatização da máquina pública e falha separação entre o público e o privado. A política tem sido constituída sobre essas bases e, depois de cada momento autoritário e a cada período de redemocratização no país, seus problemas se desnudam, soluções paliativas são dadas e a cultura fica. Por que fica? Porque é a fonte de poderes – poderes privados que podem se sobrepor ao poder público legitimamente constituído.

O sistema político é mantido por interesses privados, e é de interesse de gregos e troianos que assim permaneça. Segundo levantamento feito pela Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma política, cerca de 360 deputados, em 513, foram eleitos porque fizeram as mais caras campanhas eleitorais de seus Estados. Com dinheiro privado. Em sã consciência, com quem eles têm compromissos? Eles apenas tiveram acesso aos instrumentos midiáticos e de marketing político cada vez mais sofisticados porque foram financiados pelo poder econômico. É o interesse privado quem define se o dinheiro doado aos candidatos e partidos é lícito ou ilícito.

O dinheiro do caixa dois passou a fazer parte desse sistema. Não existe nenhum partido, hoje, que consiga se financiar privadamente – como define a legislação brasileira – sem se envolver com o dinheiro das empresas; e são remotíssimas as chances de um político financiado pelo poder privado escapar de um caixa dois, porque normalmente é o caixa dois das empresas que está disponível. Num sistema eleitoral onde o dinheiro privado, lícito e ilícito, é o principal financiador das eleições, ocorre a primeira captura do sistema político pelo poder privado. E isso não acaba mais.

Esse é o âmago de nosso sistema político. A democratização trouxe coisas fantásticas para a política brasileira, como o voto do analfabeto, a ampla liberdade de organização partidária e a garantia do voto. Mas falhou no aperfeiçoamento de um sistema que obrigatoriamente teria de ser revisto, no momento em que o poder do voto foi restabelecido pela Constituição de 1988.

Num sistema como esse, por qualquer lado que se mexa é possível desenrolar histórias da promiscuidade entre o poder público e o dinheiro privado. Por que isso não entra, pelo menos, em discussão? Acredito que a situação permaneça porque, ao fim e ao cabo, ela mantém o poder político sob o permanente poder de chantagem privado. De um lado, os financiadores de campanhas se apoderam de parcela de poder. De outro, um sistema imperfeito torna facilmente capturável o poder do voto também por aparelhos privados de ideologia, como a mídia. Como nenhuma notícia é inocente, a própria pauta leva a relações particulares entre políticos e o poder econômico, ou entre a máquina pública e o partido político. A guerra permanente entre um governo eleito que tem a oposição de uma mídia dominante é alimentada pelo sistema.

O apoderamento da imprensa é ainda maior. Se, de um lado, a pauta expressa seu imenso poder sobre a política brasileira, ela não cumpre o papel de apontar soluções para o problema. Não existe intenção de melhorá-lo, de atacar as verdadeiras causas da corrupção. Apesar da imensa caça às bruxas movida pela mídia contra os governos, em nenhum momento essa sucessão de escândalos, reais ou não, incluíram seriamente a opinião pública num debate sobre a razão pela qual um sistema inteiro é apropriado pelo poder privado, inclusive e principalmente porque não se questiona o direito de apropriação do poder público pelo poder privado. A mídia tradicional não fez um debate sério sobre financiamento de campanha; não dá a importância devida à lei do colarinho branco; colocou a CPMF, que poderia ser um importante instrumento contra o dinheiro ilícito que inclusive financia campanhas eleitorais, no rol da campanha contra uma pretensa carga insuportável de impostos que o brasileiro paga.

Pode fazer isso por superficialidade no trato das informações, por falta de entendimento das causas da corrupção – mas qualquer boa intenção que porventura exista é anulada pelo fato de que é este o sistema que permite à imprensa capturar, para ela, parte do poder de instituições democráticas devidamente constituídas para isso.

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domingo, 28 de agosto de 2011

IMAGEM DO DIA

Blog Cloaca News flagra repórter da Veja tentando se infiltrar no quarto de Zé Dirceu.






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NÃO VEJA



Que a revista Veja virou motivo de piada pelo "jornalismo" que pratica há muito tempo, qualquer ser humano com o mínimo de capacidade intelectual já sabe mas é preciso lembrar que a partir da matéria dessa semana ela oficializa outro perfil, o de criminosa.

A atual edição tem o objetivo de descobrir o que faz José Dirceu em Brasília. Para tanto, a empresa !º de Abril enviou um repórter à capital federal para seguir os passos do ex-chefe da Casa Civil do governo Lula.O agente da missão se hospedou no mesmo local em que Dirceu estava (hotel Naoum) e chegou ao ponto de invadir o quarto da vítima sorrateiramente conforme denúncia publicada no blog do próprio "procurado".

A publicação tenta vender a ideia, baseada em suposições, de que existem motivos obscuros para que Dirceu se reúna com determinada frequência com políticos no Distrito Federal e que o mesmo não poderia ter essa prática por responder a um processo no Supremo Tribunal Federal sobre o suposto “escândalo do mensalão” e por ter perdido o seu direito de disputar eleições durante oito anos, ou seja, a Veja entende que o cidadão José Dirceu deixou de existir não podendo realizar qualquer contato com pessoas ligadas ao seu partido ou que façam parte do governo atual.

O hilário é que nada é suposição para a revista; pelo contrário! A matéria utiliza imagens internas do hotel que mostram Dirceu acompanhado dos senadores Lindbergh Farias, Delcídio Amaral, Eduardo Braga, ministros como Fernando Pimentel além de presidentes de estatais, como José Sergio Gabrielli. Trata-se de uma revelação bombástica: o cidadão José Dirceu, fundador do PT e uma das principais lideranças do partido faz política.

Com tais "fatos", a matéria indica a existência de uma suposta máfia comandada por Dirceu em seu "gabinete" para a realização de conspiração contra o governo Dilma. É patético!

Aliás, qual seria a visão do "Doutor" Roberto Civita sobre a comunicação social no Brasil? Mafiosa, poderoso chefão?



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terça-feira, 31 de maio de 2011

ENCONTRO DE BLOGUEIROS E MÍDIAS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO

COMUNICADO DE CANCELAMENTO


Gilney Viana
Há pouco mais de um mês decidiu-se realizar o ENCONTRO DE BLOGUEIROS E MÍDIAS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO, em Vitória, capital do Estado, entre os dias 3 (três), 4 (quatro) e 5 (cinco) de junho próximo, como tem acontecido em todos os estados brasileiros.

Toda a programação do evento foi organizada e ao longo desse período até a presente data vários apoios e adesões consumados, além da presença confirmada de palestrantes convidados.

O evento constaria de exibição de filmes, palestras, debates e painéis – stands – de artes, cultura, resgate do papel da mídia alternativa no combate à ditadura militar e em sua abertura, com a presença do Coordenador Nacional da Campanha pelo Direito à Memória e a Verdade, Gilney Viana.

Genivaldo Lievori
Desde o primeiro momento o deputado estadual Genivaldo Lievori, da bancada estadual do PT – Partido dos Trabalhadores – manifestou apoio e perguntado sobre se a Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da qual é presidente, dentro do princípio que informação é direito fundamental dos povos, apoiaria com passagens aéreas para os convidados e se poderia fornecê-las; respondeu que cada mandato dispõe de uma cota de passagens e que o dele ofereceria pelo menos três.

A partir daí outros mandatos foram contatados para completar o número de passagens necessárias e dois deputados petistas aderiram com seu apoio de mandato. Cláudio Vereza e Roberto Carlos.

Cláudio Vereza
É de se destacar que os deputados estaduais dispõem de cotas de passagens para fins de eventos, seminários, debates, tudo com o objetivo básico de além de promover as necessidades para o exercício de seus mandatos, promoverem também a participação popular.

Em menor escala e dentro de suas possibilidades outras entidades participariam de forma direta e indireta da organização do evento, como alguns mandatos de vereadores, inclusive o ex-secretário de Direitos Humanos de Vitória, vereador petista Eliezer Tavares, secretário da executiva estadual do partido.

Eliézer Tavares
Na terça-feira, dia 23 (vinte e três) de maio corrente, em Vitória, no gabinete do deputado Genivaldo Lievori, Fernanda Tardin, integrante da Comissão Organizadora do evento, em contato pessoal com o deputado recebeu desse a confirmação de todo o acordado e a declaração que “com sua presença agora fica mais fácil agilizar o evento”.

O referido deputado, através de uma secretária, momentos após o encontro com Fernanda e por mail, deu ciência a esta integrante da Comissão Organizadora que, na quarta-feira, dia 24 (vinte e quatro) de maio, na parte da manhã, 11 (onze) horas seria realizada uma reunião com toda a bancada estadual do PT na Assembléia Legislativa do Estado, local onde aconteceria o evento, sendo solicitada a sua presença.

Percebe-se aqui, é importante para a compreensão exata dos fatos, que a comunicação da reunião da bancada foi feita momentos após um contato pessoal com Fernanda Tardin e através de uma secretária.

Lúcia Dornelas
Nessa reunião, presentes a signatária, os deputados Genivaldo Lievori, Cláudio Vereza, Roberto Carlos e Lúcia Dornelas; para surpresa desta que assina o presente comunicado, bem diferente do dia anterior, ríspido e seco, o deputado Genivaldo Lievori deu a palavra ao deputado Cláudio Vereza que, de forma incisiva e definitiva, rompeu todos os acordos assumidos anteriormente, “determinou” a transferência das datas do encontro, tornando o evento impraticável (no período de estruturação do evento várias tentativas de contato com o citado deputado Cláudio Vereza foram feitas sem sucesso, até que, quando concluída a organização o próprio deputado, através de mail, comunicou a esta integrante da Comissão, em sua residência, que seu mandato também apoiaria o evento)

Em todo o período de organização foram mantidos por mails, telefonemas, vários contatos com o deputado Genivaldo Lievori e em nenhuma ocasião o citado deputado deu mostras ou sinais que tudo não passava de uma farsa. Registre-se que esses contatos, via mail ou telefone tanto eram feitos por Fernanda Tardin para o deputado, como do gabinete do deputado para Fernanda Tardin, confirmando todos os acertos, inclusive indicando nomes de companheiros ex-presos, movimentos, blogueiros, mídias sociais, para participação. 

Luzia Toledo
As entidades que participariam do encontro de forma direta ou indireta, àquela altura dos fatos, faltando pouco mais de uma semana para o encontro, não tinham, como não têm condições de arcar com as responsabilidades totais e, ao tomar conhecimento dos fatos a deputada estadual Luzia Toledo, do PMDB, que nem fazia e nem faz parte da quadrilha (conforme poema de Drumond), no afã de tentar encontrar uma solução solidarizou-se com os organizadores e dispôs-se a ceder uma passagem. A despeito da atitude correta e digna da citada deputada, isso era ainda insuficiente e o tempo trabalhava contra a viabilização do evento.

Ao largo de todo o processo de organização do encontro vários companheiros foram mobilizados para o mesmo, inclusive ex-presos políticos instados a participar da campanha de mobilização pelo direito à memória e a verdade e nem mesmo o coordenador dessa campanha, Gilney Viana, tinha conhecimento do fato.

Na citada reunião com os deputados da bancada petista ficou evidenciado o descontentamento dos mesmos com o lançamento da campanha no encontro – haveria antes uma solenidade na OAB do Estado –, claras as divergências quanto ao caráter plural do encontro (todo o campo de esquerda foi convidado, desde partidos a movimentos populares) e toda a sorte de dificuldades foi posta pelos deputados da bancada do PT na Assembléia Legislativa do Estado, inclusive propostas de adiamento e solicitação de orçamento (já anteriormente apresentado e definidas as responsabilidades com o deputado Genivaldo Lievori). Manobras e sugestões destinadas a na prática inviabilizar como de fato aconteceu, o encontro.

É bom que fique claro que o fato maior de descontentamento dos deputados e a palavra final do deputado Cláudio Vereza foi de desagrado com a campanha Direito à Memória e a Verdade no encontro. Registre-se que o  penúltimo presidente da Assembléia Legislativa do Estado, Élcio Álvares, teve o voto do deputado Cláudio Vereza para tal, presidente do legislativo. Élcio Álvares é ex-governador biônico e ex-ministro da Defesa de Fernando Henrique Cardoso, afastado por corrupção flagrante.

Para coroar a ruptura dos compromissos assumidos, o deputado Genivaldo Lievori afirmou que o seu partido havia marcado uma reunião estadual no município de Colatina no mesmo dia de abertura do encontro e uma ONG chamada ESPÍRITO SANTO EM AÇÃO, financiada por empresas como a ARACRUZ, VALE, SAMARCO e outros, a REDE GAZETA DE COMUNICAÇÃO (AFILIADA DA REDE GLOBO) estava organizando um Fórum Nacional de Reforma Eleitoral para discussão do projeto de reforma política, contando com apoio da Assembléia e do Governo do Estado, do TRE – TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL – o que, na prática se constituiria tentativa de esvaziamento do ENCONTRO DE BLOGUEIROS E MÍDIAS SOCIAIS DO ESPÍRITO SANTO. Esse encontro promovido pelas empresas em cumplicidade com a Assembléia e o Governo Estadual, além do TRE será aberto pelo presidente do Senado, José Sarney.

A perspectiva de participação popular torna-se nula no Espírito Santo.

A despeito do apoio da deputada Luzia Toledo, do apoio de jornalistas como Valter Conde, do empenho de companheiros como Dagmar Volpi, além de muitos outros, a realização do encontro se tornou inviável, impraticável, pelo que ficou decidido o seu cancelamento.

Roberto Carlos
Lamento profundamente a atitude desrespeitosa dos deputados Genivaldo Lievori, Cláudio Vereza, Roberto Carlos e Lúcia Dornelas, a falta de cumprimento de compromissos assumidos pelo deputado Genivaldo Lievori. Coloco-me à inteira disposição para exibir aos interessados mails, se necessário for solicitar à Justiça provas de contatos telefônicos durante mais de um mês, bem como de todo o processo acontecido em Vitória entre os dias 24 (vinte e quatro) e 27 (vinte e sete) de maio corrente, na tentativa de buscar formas de realizar o encontro.

E assim, diante desses fatos, estamos comunicando aos convidados (via telefone) e aos interessados de um modo geral o cancelamento do encontro, bem como, disponibilizando, reitero isso, toda a documentação trocada entre esta signatária e o deputado Genivaldo Lievori e outros para realização do encontro, além do que, através de advogados contratados, estudando a viabilidade de ação judicial competente face aos fatos e prejuízos gerados. Materiais e morais.

O Estado do Espírito Santo, através da bancada do PT – Partido dos Trabalhadores – na Assembléia Legislativa, mais uma vez, dá uma triste demonstração que ao longo dos anos criou o conceito que no Espírito Santo a corrupção é generalizada e o espírito público de detentores de mandatos eletivos inexiste.

Abrir os baús da ditadura no Espírito Santo mais uma vez nem pensar. No Espírito Santo a ditadura ainda sobrevive, vide o complexo empresas/deputados e governo.

Vitória, 29 de maio de 2011.

FERNANDA MARIA TARDIN WEICHERT PINHEIRO    

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